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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 105

Amber

A terapeuta me olhou diretamente nos olhos, esperando, com uma expressão suave, mas firme. Senti meu corpo tenso, como se as memórias pudessem explodir de dentro de mim.

"Do que você se lembrou?" ela perguntou, sua voz calma, mas carregada de preocupação.

Eu engoli em seco, tentando organizar meus pensamentos enquanto as lágrimas queimavam meus olhos. "Meu passado... É pior do que eu imaginava." As palavras saíram entrecortadas por soluços. "Sempre me machucaram. Sempre. Por isso eu sinto tanto medo."

Ela manteve seu olhar fixo em mim, transmitindo uma sensação de segurança, mas eu me sentia despida, vulnerável.

"Como você reagiu?"

Pisquei algumas vezes, confusa com a pergunta, até que as memórias me atingiram como um raio. "Eu fugi." Minha voz era quase um sussurro. "Eu era só uma criança, mas fugi."

A terapeuta inclinou a cabeça ligeiramente, sua postura indicando que algo importante estava prestes a surgir. "E isso já aconteceu agora que você é adulta? Você já fugiu de algo que percebeu que iria te machucar?"

As palavras dela ecoaram dentro de mim. Minha mente foi preenchida por cenas fragmentadas, como flashes de um filme: Peter, a descoberta da gravidez, a coletiva de imprensa de Leonardo. Minha garganta ficou seca.

"Sim," admiti, tremendo. "Eu tentei fugir de Peter quando descobri que estava grávida. Ele... ele não gostou que eram gêmeos. E depois, na coletiva de imprensa... quando o Leonardo me expôs." Meu peito subia e descia rapidamente, a respiração ficando mais difícil. "Eu não sabia o porquê, mas eu precisava fugir. Eles vão me achar!"

"Quem?" ela perguntou, sua voz séria, mas gentil.

"Meu pai... minha madrasta." Minha resposta saiu em um fio de voz, quase inaudível.

A terapeuta respirou fundo, ajustando-se na cadeira. "Amber, você é adulta agora. Você é forte. Consegue se defender deles. Ninguém vai te machucar novamente."

As palavras dela eram racionais, verdadeiras até, mas a dor era avassaladora. Era como se um peso insuportável pressionasse meu peito, me impedindo de acreditar. As lágrimas vieram como uma enxurrada, e comecei a chorar descontroladamente.

"Vamos trabalhar essa memória," ela disse, entregando-me um lenço de papel. "Se foi a primeira coisa que sua mente quis entregar, é porque é crucial. Precisamos entender o que aconteceu e como isso te moldou."

Sem dizer nada, ele entrou, fechando a porta atrás de si e trancando-a. Caminhou até a cama e se sentou ao meu lado, me puxando para o lado em que ele não estava ferido.

Eu me desfiz em lágrimas novamente, enterrando meu rosto em seu peito.

"Shh," ele murmurou, seus lábios roçando minha testa em um gesto carinhoso. "Estou aqui. Você pode se apoiar em mim. Eu aguento."

Não havia julgamento, apenas aceitação. Seu calor era reconfortante, sua presença sólida, como uma âncora.

"Leo..." murmurei contra ele, minha voz fraca.

"Não precisa falar," ele disse, apertando-me mais contra si. "Só fica aqui comigo."

E eu fiquei. Fiquei porque, pela primeira vez, eu sentia que não estava sozinha. Ele estava ali, e naquele momento, era o suficiente.

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