Leonardo
Quando saí do quarto, o rosto de Amber ainda pairava na minha mente. Ela parecia tão pequena e vulnerável enquanto dormia, seu rosto ainda marcado pelas lágrimas que havia derramado em meus braços. O corredor estava silencioso, mas ao virar para a escada, dei de cara com minha família e as crianças no quarto da nonna.
"Leonardo!" minha mãe exclamou ao me ver. "Você deveria estar na cama. Precisa descansar."
"Existem coisas mais urgentes para resolver, mamma," respondi, a exaustão pesando na minha voz.
Louis, com sua curiosidade infantil, aproximou-se rapidamente. "Onde está a mamãe?"
"Está com dor de cabeça, piccolo," respondi, abaixando-me para estar mais próximo dele. "Está dormindo."
"Queria mimir com a mamãe." ele falou emburrado, e o abracei.
"Hoje será impossível, mas tenho certeza que amanhã ela acordará bem melhor."
Ele não parecia convencido, mas seus dedinhos curiosos tocaram o meu curativo, desviando sua atenção. "Quando você vai sala do dodói, tio Leo?" ele perguntou, tocando meu braço imobilizado com um cuidado que fez meu coração aquecer.
Antes que eu pudesse responder, Bella interveio com sua segurança típica. "Tio Leo é fote! Logo ele vai pode pega a gente no colo de novo."
Sorri, sentando-me no sofá enquanto as crianças se acomodavam ao meu redor. Louis deitou a cabeça na minha perna, enquanto Bella começou a contar animadamente sobre seu dia.
"E a Nonna Rosa me ensinou a faze toteni!" ela anunciou com um orgulho que só uma criança podia exibir.
"É mesmo?" perguntei, olhando para minha avó, que estava visivelmente satisfeita. "E ficou bom?"
"Delizioso!" Nonna Rosa respondeu imediatamente. "Essa bambina tem talento nas mãos."
Papà se inclinou para frente, entrando na conversa. "E o Louis aqui? Já sabe contar até três em italiano! Não é, rapazinho?"
"Uno, due, tre!" Louis gritou com entusiasmo, arrancando risadas de todos.
O momento foi interrompido pelas babás, que entraram para levar as crianças para dormir. "Hora do banho, pequenos," uma delas anunciou com delicadeza.
"Ah, não!" os dois protestaram em uníssono, agarrando-se a mim.
"Shhh," murmurei, colocando o dedo nos lábios para silenciá-los. "Não queremos acordar a mamãe, certo? Agora, tenho um segredo para vocês: amanhã cedo, vamos fazer uma surpresa para ela no café da manhã."
Os olhos dos dois brilharam. "De verdade?" Louis perguntou, sua voz cheia de expectativa.
"Prometo," respondi, inclinando-me um pouco para frente. "Mas só se vocês dormirem direitinho agora."
Eles concordaram, embora a contragosto, e antes de saírem, Bella virou-se para Nonna Rosa. "Nonna, benção!"
"Dio ti benedica, miei tesori, (Deus te abençoe, meu tesouro)" ela respondeu com um sorriso afetuoso, fazendo o sinal da cruz. Louis que parecia ter se esquecido, voltou e fez o mesmo que Bella.
Observei a cena com um misto de surpresa e calor. Quando as crianças saíram, olhei para minha avó com uma sobrancelha arqueada.
"Não tenho medo deles, mas precisamos nos precaver. Eles já chegaram perto uma vez, não posso deixar que isso aconteça de novo."
"Conte comigo, figlio," ele disse, colocando uma mão firme em meu ombro.
"Comigo também," minha mãe acrescentou, embora com um olhar pensativo. "Mas... não consigo deixar de ter pena de Martina. Mesmo sabendo de tudo, ela parece perturbada."
Ri sem humor, sacudindo a cabeça. "Ela não é perturbada, mamma. É mimada. Sempre foi, desde pequena, dividida entre mãe e tia."
"De qualquer forma, o que importa agora é Amber," Tomaso finalizou.
"Sim, ela e meus bambinos são os mais importantes agora." a conversa com minha família permaneceu por mais alguns minutos até que casa um seguiu seu rumo. Desci as escadas, a procura de meu segurança, para deixá-lo a par de todo o plano.
"Magnus," chamei ao encontrá-lo no escritório. Ele largou a tela do celular e ficou de pé, atento como sempre.
"Chefe."
Entreguei-lhe os documentos de Amber. "Rastreie o pai dela. E procure por uma tal de Guina. Pode ser um apelido da madrasta, mas é um ponto de partida. Quero tudo o que puder descobrir sobre eles."
"Entendido." Ele assentiu, já acessando o celular.
"E Magnus..." Fiz uma pausa, ajustando a postura. "Não só os encontre. Quero garantias de que nunca chegarão perto dela ou das crianças."
"Considere feito, chefe."

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