Leonardo
"Agradeço a presença de todos," disse, encerrando a reunião com um tom firme. Observei os diretores levantarem-se, cumprimentando-nos rapidamente antes de saírem um a um. Quando finalmente a sala ficou vazia, voltei-me para Amber com um sorriso provocador. "Viu? Não foi tão difícil assim."
Ela soltou uma risada curta e descrente, encostando-se na cadeira. "Fale por você," retrucou, sacudindo a cabeça. "Minhas pernas ainda estão bambas."
Me sentei na borda da mesa, de frente para ela, e peguei sua mão entre as minhas. Seus dedos ainda tremiam levemente, e isso me fez querer acalmá-la de todas as formas possíveis. "Estamos no caminho certo," murmurei, acariciando sua palma com o polegar. "Logo tudo vai voltar a ser como antes."
Amber inclinou a cabeça, seus olhos cravando-se nos meus. "E o antes era melhor que agora?" perguntou, sua voz suave, mas carregada de uma curiosidade sincera.
Hesitei, considerando a pergunta. A intensidade no olhar dela me desarmava, como sempre. "Não," respondi finalmente, soltando um suspiro. "Antes trabalhávamos demais. Nossa vida era cheia de compromissos e prazos. Agora..." Apertei levemente sua mão. "Agora temos mais tempo. E é assim que quero que seja daqui para frente. Quero mais tempo com você, com as crianças. Não quero que nos percamos no trabalho de novo."
Ela sorriu de leve, mas havia algo mais em seu olhar - um resquício de preocupação. "E quando você pretende contar ao mundo?" perguntou. "Sobre as crianças serem suas, não de Peter? Ninguém deu nenhuma declaração ainda. Logo, as especulações vão começar."
Soltei um longo suspiro. Ela tinha razão. "Peter e Martina já sabem," comecei, segurando sua mão com mais firmeza. "Não há por que esconder isso do resto do mundo. Eu só queria esperar um pouco, deixar o término com Martina esfriar antes de expor as crianças. Mas se você acha que devemos fazer isso agora..."
"Não," ela interrompeu, balançando a cabeça. "Não precisa ser agora. Só não quero mais mal-entendidos."
Segurei seu rosto com delicadeza, meus dedos traçando uma linha suave em sua bochecha. "Não vão haver mal-entendidos. Prometo. Quero fazer isso no momento certo, mas com você ao meu lado."
Amber assentiu, e o aperto em minha mão se afrouxou ligeiramente, como se minha resposta tivesse aliviado parte da tensão.
"Vamos para casa?" sugeri, mudando de assunto. "Precisamos terminar de examinar o conteúdo daquele pen drive."
Ela concordou, levantando-se devagar. Assim que fez isso, dei um passo à frente, minhas mãos pousando em sua cintura automaticamente. Olhei rapidamente para a porta fechada, certificando-me de que estávamos sozinhos. Não consegui evitar, precisava mostrar para ela o quanto ela significava para mim, mesmo em meio a toda a confusão que estávamos enfrentando.
Inclinei-me e a beijei, meus lábios encontrando os dela em um gesto que era ao mesmo tempo urgente e terno. O beijo foi breve, mas suficiente para que eu sentisse sua entrega, sua confiança em mim. Quando nos afastamos, a expressão em seu rosto me desarmou completamente. Havia tanto nos olhos dela, amor, aceitação, e talvez um pouco de esperança.
"Vamos logo," murmurei contra seus lábios. "Não quero passar o dia todo no computador. Quero cumprir a promessa que fiz a nossos filhos."
"Vai ser a primeira coisa que eles irão cobrar quando chegarmos." dei risada concordando.
Enquanto saíamos da sala, mantive minha mão na base de suas costas, guiando-a com um gesto que era tanto protetor quanto possessivo.
Saímos da sala de reuniões em um ritmo tranquilo, mas minha mente já estava em casa, com as crianças e o pen drive. Passamos pela recepção, onde Layla, minha secretária, se levantou ao nos ver.
"Senhor Martinucci, senhorita Bayer," cumprimentou, o sorriso impecável no rosto. "Precisa de algo antes de sair?"
"Não, Layla," respondi, mantendo minha voz profissional. "Vou direto para casa. Amanhã retomamos as pendências."
"Entendido. Tenham um ótimo dia," ela disse, lançando um olhar caloroso para Amber.



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