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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 14

Leonardo

O escritório estava silencioso demais naquela momento, após os gritos de desespero de minutos atrás. Sobre minha mesa, os contratos dos chineses ainda esperavam minha assinatura final. Cinquenta milhões de dólares. O maior acordo da história da MGroup, e amanhã às 10h seria a reunião decisiva. Passei os dedos sobre o papel timbrado, sentindo o peso daquela decisão. Com esse contrato, recuperaríamos tudo que perdemos há três anos.

"Os documentos da Due Diligence chegaram", Magnus falou tentando me tirar, do topor. Eu tentava encontrar as lacunas, onde tudo o que estava acontecendo se encaixava. "Os chineses estão ansiosos. O Sr. Wong ligou três vezes hoje."

"Amanhã às dez horas assinaremos", respondi sem tirar os olhos do monitor à minha frente. O cheiro de café frio que tinha esquecido sobre a mesa se misturava com a tensão no ar. As luzes da cidade piscavam pela janela grande atrás de mim, mas eu só conseguia prestar atenção nas linha fina com pequenas ondulações, que mostravam a respiração ofegante dela.

"MALDITO CALTON!" Gritei, socando a mesa com força. A dor nos meus dedos nem importava perto da raiva que eu sentia. "Como ele ousou fazer isso com ela?" Meu peito subia e descia rápido, como se alguém tivesse roubado todo o ar dos meus pulmões. Eu não conseguiu mais controlar a inquietação que me dominava.

Magnus estava parado do meu lado, o terno preto sempre impecável. "Calma, meu amigo, nós colocamos a escuta por um motivo. Agora sabemos por que nunca a vimos antes." Ele falou com aquela voz calma dele que só me irritava mais. "Agora temos provas de que além de manipulada, ela também sofre agressões daquele desgraçado. Ficará mais fácil de conseguirmos trazê-la para o nosso lado."

"Eu não quero saber. Quero que me traga ela de volta, agora." Fixei meus olhos no computador que gravava os áudios dela. Sua respiração continuava irregular, e sua voz, estava marcada, pelos mesmos gritos que ouviu enquanto ele batia nela.

Seus gritos atravessaram meu corpo como lâmina, e eu só não fui até lá, porque Magnus me impediu, mas minha ira estava a flor da pele. Eu não deixaria que aquele desgraçado saísse impune.

"Tenha calma, Léo. Ela vai ligar, mas agora, ela está com medo e assustada." Magnus comentou, e num impulso de raiva, agarrei ele pela gola da camisa. O tecido fino amassou nos meus dedos.

"Eu não estou com tempo para ter calma, ou esperar qualquer coisa. Quero que mande um grupo de seguranças até a mansão dele, e se ouvirem mais um grito, os tirem de lá" Ele ergueu as mãos, se rendendo.

O empurrei para trás e voltei a olhar o monitor.

Magnus riu baixo, mas nem isso aliviou o aperto no meu peito. "Ela está voltando a se mexer." falei me sentando e aumentando ainda mais o som. Eu precisava ter certeza de que Amber estava bem.

Por mais que eu ainda a odiasse, eu seria incapaz de tocar nela.

"Foi por isso que ela me pediu para não a machucar..." lembrei de seu pedido, e joguei minha cabeça para trás, irado comigo mesmo.

"Você não sabia..." ele pousou a mão em meu ombro e o afastei.

"Eu tinha que ter percebido. Aquela não era a Amber que eu conhecia. Medrosa e assustada. Ela sempre foi...Magnus me dê uma data" falei me levantando. " Eu não vou esperar que ele faça isso de novo com ela. Quero que a busquem." Falei o encarando.

Com o seu silêncio, me senti ainda mais impotente e me encaminhei ao frigobar, eu precisava de uma bebida. Meus passos ecoaram no piso de madeira.

"Calton vai ficar atento." Magnus ajeitou a gravata. "Ele não vai engolir essa história dela ter ficado na enfermaria. Ele sabia que você estava na festa. Todos sabiam. Está preparado para o confronto?"

Servi um whisky e senti o cheiro forte do álcool. "É tudo que eu quero. Quero que aquele desgraçado descubra que eu sei que ele tentou destruir meu império. Uma pena que falhou. Ele não conseguiu nem arranhar meus negócios."

"A imprensa fez um trabalho duro para tentar te derrubar", Magnus comentou.

"Pagando as pessoas certas, sempre temos como resolver." Ri sem humor, apertando o copo. "Ainda assim, temos que ser cuidadosos com os próximos movimentos dele. Acredito que ele tenha planejado esse encontro." Magunus ergueu a sobrancelha.

"Planejado?" ele estava mais atento a minhas palavras.

"Sim, creio que não foi por acaso que ela esteve com ele naquela festa." levei o copo aos lábios, mas não bebi, apenas tentando fechar os arcos daquela trama.

"Como assim?"

"Os Chineses, Magnus. Ele quer o contrato que estou fechando com os chineses." Comecei a andar pela sala. "A Bayer sumiu no dia em que eu iria fechar com a Delux. Não acha conveniente? Depois daquilo a empresa dele aumentou seus rendimentos em grande escala, enquanto eu lutava para manter os contratos da MGroup. Por mais que financeiramente a empresa não tenha sofrido percas, além daquele contrato, a imagem foi manchada."

"Faz sentido..." Magnus parou, franzindo a testa.

"Ele sabe que se eu fechar com os chineses, retomamos a dianteira dos negócios hoteleiros. Sairemos do nacional para o internacional, coisa que ele ainda não conseguiu fazer."

"Ainda assim é arriscado irmos até lá, amanhã. Ele a domina, como acha que vai tirá-la dele?"

"Darei um jeito, mas agora todas as peças se encaixam. Ele está me atraindo para seu novo plano, mas dessa vez ele cometeu um erro."

"Deixou que você chegasse perto demais do alvo.” Magnus sugeriu. "Ele achou que Amber ficaria colada a ele, como uma ratinha acuada, mas tivemos tempo de sobra de entender a situação, e colocar as escutas. Ele não esperava por isso."

Parei de andar, considerando a teoria. Fazia sentido. Mas havia algo mais...

O celular vibrou novamente em minhas mãos. Outra mensagem dela:

"Por favor, nos tire desse inferno."

"Foda-se. Eu vou buscá-la."

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