Leonardo
Me soltei na cadeira, passando as mãos pelo rosto cansado. Ela nunca tinha implorado antes. Nunca.
"Ela ainda mexe com você, não é?" Magnus comentou, observando minha reação.
"Para o bem e para o mal." Murmurei, ainda encarando a tela. "Ela é a minha perdição."
"E o que pretende fazer?" Ele se aproximou, lendo a mensagem novamente sobre meu ombro. "Gold Bear... 7:30..."
"Vou buscá-la." Me levantei, já começando a planejar. "Ela e as crianças."
"Chefe, isso é imprudente. Não podemos simplesmente..."
"VOCÊ NÃO OUVIU O QUE EU OUVI?" Explodi, me virando para ele. Soquei a mesa com força o encarando. "Não percebeu como aquele filho da puta a manipula? Como ele usa o medo?"
Magnus recuou um passo, surpreso com minha explosão.
"Ele alterna entre sedutor e destrutivo como se fosse um jogo doentio." Continuei, minha voz tremendo de raiva. "Mas quando as crianças estão perto... ele perde o controle completamente. Nem parece o mesmo homem que estava na festa há poucas horas atrás."
"Entendo sua raiva, Leonardo, mas estaremos cometendo sequestro." Magnus tentou argumentar. "Calton não vai deixar isso passar."
"Sequestro?" Ri sem humor. "Ele a roubou de mim muito antes, Magnus. Deveria ter pensado nisso antes de desfilar com ela essa noite." Me afastei dele, pensando em como fazer tudo dar certo. "E só é sequestro se eu os buscar a força, mas aqui tenho a prova. Ela me pediu ajuda. Temos a gravação para provar que ela foi torturada."
"Mas..."
"CHEGA!" O cortei, minha decisão já tomada. "Prepare o carro. Saímos às 6:30. Quero chegar antes deles. Vou surpreender aquele desgraçado."
Me aproximei da janela, observando a cidade lá embaixo enquanto organizava os pensamentos.
"Assim que a confusão começar, você pega Amber e as crianças." Continuei, sem me virar. "Os leve direto para minha casa em Aspen. Use meu jato particular. Eu chego assim que possível."
"Leonardo..." Magnus tentou argumentar novamente.
"Já disse que chega." Minha voz saiu mortalmente calma agora. "Aquele homem não vai encostar um dedo nela ou nas crianças novamente. Agora eu assumo o jogo. Ela tem algo que eu quero, e com meu dinheiro e influência, posso tirá-la daquele inferno."
Assim que paramos a alguns metros da escola, fiquei observando a movimentação ali na frente.
"Esse lugar é meio caidinho para..." Olhei para Magnus que também não entendia.
"Ele disse que queria pôr os filhos em um colégio interno para educação, então por que não escolheu a melhor escola de Colorado Springs?" Neguei com a cabeça sem entender.
"Busque informações, Magnus. Tem algo errado com esse homem. A forma que ele a trata e como trata as crianças, nós estamos perdendo alguma coisa." Ele concordou.
Logo a rua foi tomada por carros e pais com crianças chegando e deixando seus pequenos. Me recostei no banco esperando, até que um carro preto apareceu e eu soube que eram eles. Ele parou na entrada da escola e Amber desceu do carro, abrindo a porta de trás e descendo as crianças, que pareciam presas a uma cadeirinha. Os dois estavam uniformizados, e pareciam mais calmos desde o evento na noite anterior. Como eu previ, Amber entrou com eles na escola.
"Ótimo." desci do carro em que estava indo em direção ao carro de Calton, que estava entretido no celular. Parei encostado na lateral de sua janela.
"Ei, desencosta..." quando seus olhos me encontraram, a primeira coisa que ele fez foi olhar em direção à mulher, mas não a encontrou, se voltando para mim e abrindo a porta e me empurrando para o lado. "O que pensa que está fazendo?" ele bufou me encarando com raiva.
"Vim apenas prestar contas." soltei um soco em sua boca, com toda força que eu tinha. O que eu ouvi ontem foi apenas a ponta do iceberg, mas foi o suficiente. Aquele soco era só o começo do que eu faria com aquele desgraçado.

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