Amber
O som de passinhos apressados ecoou pelo corredor antes que a porta do escritório se escancarasse de repente.
Bella entrou primeiro, com seus cachos pulando a cada movimento, seguida de perto por Louis, que segurava um bloco de papel e uma caixa de giz de cera como se estivesse em uma missão importante.
"MAMÃE!" Bella praticamente gritou, correndo até minha cadeira e se jogando no meu colo sem aviso prévio.
"Oi, meu amor," soltei uma risada ao segurá-la firme para não cairmos para trás. "O que foi agora?"
Louis, sempre um pouco mais tímido do que a irmã, bateu as folhas na mesa com um olhar determinado.
"Temos um poblema muito gande!"
Arqueei uma sobrancelha. "Um problema? Tão cedo?"
Bella, que ainda estava esparramada no meu colo, balançou a cabeça com energia. "Siiiim! O Louis tá sendo muito chato, mamãe!"
Louis bufou, cruzando os braços. "Eu NÃO sou chato! Eu quelo assim!"
Revirei os olhos, segurando a risada. "Sobre o que exatamente estamos falando?"
"Da nossa festa de niversalio!" Bella exclamou, jogando as mãozinhas para cima como se fosse óbvio.
Minha cabeça girou por um segundo. Festa? Ah, claro. Alguém tinha dado com a língua nos dentes.
"Eu quelo uma festa de pincesa! Quero um vestido gigante, coroa, cavalos e tudo rosa!" Bella anunciou, brilhando de animação.
"Não, mamãe! Eu quelo uma festa de dinossaulos! Gigantes! Com rugidos bem altos e um vulcão de verdade!" Louis rebateu, sua expressão séria como se isso fosse a coisa mais importante do mundo.
Antes que eu pudesse responder, Bella se virou para ele, apontando um dedinho acusador. "Dinossaulos são feios, Louis! Todo mundo gosta de pincesas!"
"Não são feios! São iquiveis! E eu sou um dinossauro!" Ele abriu os braços e rugiu para a irmã.
Bella gritou de volta, claramente não se deixando intimidar.
Suspirei, massageando as têmporas. "Meu Deus, vocês dois já estão brigando por uma festa que nem sabemos se vai acontecer."
"Vai ter festa SIM!"
A voz firme e decidida de Nonna Rosa ecoou pelo escritório antes que as crianças pudessem responder.
Me virei a tempo de vê-la entrar com sua habitual imponência, a bengala batendo levemente no chão a cada passo. Seu olhar severo pairou sobre mim, como se já soubesse que eu tentaria protestar.
"Nonna, nós ainda não decidimos sobre isso," tentei argumentar, colocando Bella no chão antes que eu perdesse completamente o controle da situação.
Ela estreitou os olhos para mim. "Amber, vocês dois pensam DEMAIS. E por isso tantos problemas surgem!"
"Mas, Nonna, com tudo que está acontecendo, talvez não seja o melhor momento para... para um festa tão grende."
"BASTA!" Ela ergueu a mão no ar, cortando minha tentativa de argumento no meio.
As crianças olharam para ela com os olhos arregalados, aguardando a próxima ordem.
"Os gêmeos precisam de uma festa, precisam de alegria, de infância. E eles terão uma festa."
Suspirei pesadamente, sabendo que já havia perdido essa batalha.
"Agora," ela continuou, sem dar espaço para minha rendição, "chega de trabalho. O almoço está servido. Levante-se, Amber! Você tem que descansar, meu bisneto 3 está a caminho e não quero que nada te incomode."
Bella e Louis gritaram animados e saíram correndo pelo corredor, esquecendo completamente a discussão sobre dinossauros e princesas.
Nonna me lançou um olhar afiado. "Você também, Leonardo. Sei que está ouvindo."
Levantei os olhos e vi Leonardo encostado na porta, os braços cruzados e um sorriso discreto no rosto.
"Claro, Nonna. Como ousaríamos desobedecer?"
Ele me lançou um olhar divertido antes de estender a mão para mim.
"Venha, B. Melhor irmos antes que ela use a bengala."
Ri, aceitando sua mão, e seguimos para a sala de jantar, onde a mesa já estava posta com pratos fumegantes e o aroma irresistível da comida italiana preenchia o ambiente.


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