Magnus
O dia estava uma bagunça. Entre investigações, estratégias e a pressão crescente para identificar o traidor dentro da MGroup, eu deveria estar com a cabeça focada em apenas uma coisa: resolver esse problema o mais rápido possível.
Mas algo me incomodava.
Gabriela.
Enquanto dirigia pelas ruas de California Springs, resolvi ligar para ela. Não havíamos marcado nada, mas depois dos últimos dias, eu queria vê-la. Precisava vê-la.
Peguei o telefone e disquei o número dela. A chamada tocou algumas vezes antes de cair na caixa postal. Franzi o cenho. Tentei de novo, esperando que fosse apenas um momento ruim para atender, mas o silêncio da linha me incomodou mais do que deveria.
Olhei o relógio no painel do carro. Ela podia estar em consulta. Era isso. Devia estar atendendo algum paciente e por isso não viu a ligação. Mas, por algum motivo, o incômodo não desapareceu.
Me forcei a focar na estrada, em todo o caos que precisava resolver ainda hoje. Mas meu instinto não me deixava esquecer.
Mais tarde, tentei ligar de novo. Mesma resposta. Nada.
O desconforto aumentou, tornando-se algo mais denso, algo que eu reconhecia como um alerta. Gabriela nunca ignorava minhas ligações assim.
Virei meu carro indo direto para a clínica dela. Eu precisava saber o que estava acontecendo. Assim que cheguei, estacionei de qualquer jeito, descendo quase correndo. Depois que Peter tinha mandando persuadi-la, eu reforcei a segurança, mas não era impossível que ele tentasse novamente, ainda mais agora.
"Olá Magnus," a recepcionista falou assim que me viu.
"Oi Veronica, a Gabi está com paciente? Preciso falar com ela." falei sem delongas.
"A dra não veio hoje, Magnus. Ela não estava se sentindo bem e pediu para eu remarcar todos os pacientes." tentei não demonstrar o choque que senti com aquelas palavras, apenas agradeci e sai.
O medo e a raiva se fundiram em minha espinha, criando um nó apertado no meu estômago. Gabriela nunca fez isso antes. Nunca me ignorou assim. Nunca desapareceu sem explicação. E eu não suportaria ficar parado esperando por respostas.
Tentei ligar novamente, mas ela não atendeu, me deixando ainda mais frustrado.
Mandei um áudio, mantendo minha voz calma, mesmo que minha paciência estivesse se esgotando.
"Gabi, estou tentando falar com você. A recepcionista disse que você não foi trabalhar hoje. Está tudo bem? Onde você está?"
Esperei alguns segundos pela resposta, observando o telefone como se pudesse fazê-lo vibrar só com a força do pensamento.
Nada.
Um suspiro irritado escapou pelos meus lábios enquanto jogava o telefone no banco do passageiro. Eu não gostava disso. Não gostava desse silêncio, dessa ausência repentina, dessa falta de resposta.
Se fosse qualquer outra pessoa, eu simplesmente pensaria que estavam ocupados, que tinham esquecido o celular no silencioso. Mas Gabriela? Gabriela não faria isso comigo.
Girei a chave do carro e acelerei.
O trabalho podia esperar. Ela não.
Sem pensar duas vezes, peguei a direção do prédio onde ela morava.
Quando cheguei à portaria, saí do carro rapidamente e fui direto até o balcão de segurança. O porteiro, Jim, ergueu o olhar para mim assim que me viu entrar.
"Boa tarde, senhor Magnus."
"Gabriela está em casa?"
Jim olhou o painel de controle e assentiu.
"Sim, ela subiu faz algumas horas e não saiu desde então."
Meu maxilar travou.
"Tudo bem, obrigado."
Segui direto para o elevador, apertando o botão do andar dela. Minha mente estava acelerada. Algo estava errado, eu sentia isso em cada fibra do meu corpo.
Assim que o elevador se abriu, caminhei rapidamente até sua porta e toquei a campainha.


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