Amber
O jato particular tocou o solo com suavidade, como se soubesse que carregava duas crianças. Pisquei algumas vezes, ainda tentando processar como minha vida tinha mudado tão drasticamente em menos de 24 horas.
"Senhora Bayer?" A comissária sorriu gentilmente. "Podem desembarcar agora. Há um carro esperando."
O vento gelado de Aspen nos atingiu assim que descemos a escada, cortante como lâminas de gelo. Um elegante Bentley preto aguardava na pista, e um senhor de cabelos grisalhos e postura impecável abriu a porta para nós. Entro ajeitando meus filhos, enquanto a porta é fechada.
"Mamãe, tá flio..." Bella choramingou, seus dentinhos batendo.
"Vem cá, meu amor." Puxei-a para perto, ajeitando seu casaquinho fino demais para aquele clima. Louis já se aninhava sonolento contra meu outro lado.
"Senhora Bayer!" O motorista sorriu calorosamente enquanto manobrava o carro. "Que alegria revê-la depois de tantos anos. Não sabia que tinha voltado aos Estados Unidos."
Mordi o lábio, constrangida. "Na verdade... nunca saí." Hesitei, brincando com uma mecha do cabelo de Bella. "Tive um acidente, perdi a memória. O senhor Martinucci está me ajudando a... recuperar as lembranças que o acidente apagou."
O homem empalideceu visivelmente, suas mãos apertando o volante. "Meu Deus... eu não... se houver qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar..."
"Poderia começar me dizendo seu nome?" Tentei sorrir, apesar do nó na garganta.
"Ah, perdão! Sou Lucius." Seu sorriso voltou, mais suave agora. "Trabalho para o senhor Leonardo desde que ele era um garoto levado correndo pelos corredores da mansão principal. Mas quando ele comprou esta casa em Aspen, implorei para vir trabalhar aqui."
"Por quê?" sorri imaginando aquele homem enorme e sério, fazendo peraltices.
Seus olhos brilharam pelo retrovisor. "A neve, senhora. Sempre foi meu sonho viver em um lugar assim. Cada floco que cai é como... magia."
Olhei pela janela, realmente observando a paisagem pela primeira vez. Montanhas majestosas se erguiam contra um céu de um azul impossível, suas encostas cobertas por um manto branco imaculado. Pinheiros pontuavam a paisagem como sentinelas silenciosas.
"É deslumbrante..." sussurrei. "Eu... eu vinha muito aqui?"
"A trabalho, principalmente." Lucius respondeu com cuidado. "Foram raras às vezes que você e o senhor Martinucci realmente aproveitaram o lugar. Sempre tão ocupados..."
Mordi o lábio, tentando capturar algum fragmento de memória, mas era como tentar segurar fumaça. O carro começou a subir uma estrada sinuosa, e logo uma casa, ou melhor, uma mansão, surgiu entre as árvores. Era um impressionante exemplo de arquitetura moderna, toda em vidro e pedra, perfeitamente integrada à paisagem selvagem.
"Lucius?" Chamei quando ele estacionou. "Pode me ajudar com as crianças?"
"Claro, senhora." Ele pegou Louis com uma delicadeza surpreendente para alguém de sua idade. "Mas eles, quem são?" ele questionou e olhei para o rostinho adormecido de meus pequenos.
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