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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 21

Amber

A cozinha estava envolta em aromas deliciosos quando encontrei Valéria mexendo em várias panelas ao mesmo tempo.

"Senhora Valéria?" Chamei suavemente. "Poderia ficar de olho nas crianças enquanto converso com a senhorita Ricci?"

"Claro, senhorita Bayer."

Ela largou a colher de pau e se virou para mim, seus olhos preocupados. Antes que eu pudesse sair, sua mão firme segurou meu braço.

"Senhora Bayer," sussurrou, olhando por cima do ombro como se temesse ser ouvida, "tome cuidado. A senhorita Ricci é... extremamente criteriosa. Se é que me entende."

Havia algo em seu tom que me fez estremecer, mas assenti e segui pelo corredor até a sala principal. O contraste com meu quarto nos fundos era gritante, aqui tudo era luxo e sofisticado.

Parei na entrada, hipnotizada pela figura à frente da lareira. Martina Ricci era a personificação da elegância europeia, envolta em um casaco de pele branco que certamente custava mais que tudo que já possuí, cabelos loiros perfeitamente alinhados caindo como seda sobre seus ombros. Sua silhueta era quase dolorosamente magra, mas de alguma forma isso só a tornava mais... aristocrática.

"Com licença?" Minha voz soou pequena até para mim mesma.

Ela se virou com a graça estudada de uma bailarina, a taça de vinho branco em sua mão completando a imagem de sofisticação. Seus olhos, de um azul glacial, me estudaram de cima a baixo.

"Ah, finalmente." Seu sotaque italiano era suave, mas havia algo cortante em sua voz. "Meu noivo é mesmo muito atencioso, providenciando uma assistente para cuidar de tudo enquanto estiver aqui."

Meus olhos se arregalaram, mas as palavras ficaram presas na garganta. O que Leonardo estava fazendo?

"Como se chama, menina?" A palavra 'menina' saiu como se ela estivesse se dirigindo a uma criada.

"A-Amber Kane." Gaguejei, ainda acostumada com o sobrenome falso que Peter me dera.

Ela se aproximou, seu perfume francês invadindo meu espaço. De perto, notei como sua pele era quase translúcida, suas maçãs do rosto tão proeminentes que pareciam poder cortar vidro. Era beleza em sua forma mais cruel e refinada.

"A agência deve tê-la recomendado muito bem. Leonardo e eu somos extremamente exigentes." Seu sorriso não alcançava os olhos. "Especialmente eu."

"Na verdade, eu..."

"Não me interessa sua história." Ela cortou, tomando um gole de vinho. "Apenas preste atenção nas instruções."

"Ele acordou assustado, senhora," ela explicou aflita, "não consegui..."

"Shh, mamãe está aqui." Peguei-o nos braços, começando a balançá-lo como sabia que ele gostava. "Está tudo bem, meu amor. Está tudo bem."

Anos com Peter me ensinaram o pânico de uma criança chorando. Cada soluço de Louis era como uma faca em meu peito, memórias de gritos e ameaças ecoando em minha mente.

"O que é isso?" A voz gélida de Martina cortou o ar. "Como ousa trazer seus filhos para o trabalho?"

Congelei, ainda abraçando Louis. Ali, parada na porta em seu casaco de pele e sua beleza cruel, Martina era tudo que eu não era, refinada, elegante, perfeita. É claro que Leonardo a escolheria. Era o mundo dele, afinal. Mas então por que me trazer aqui? Por que me dar esperanças apenas para me jogar nos quartos dos fundos como uma... empregada?"

E eu? Eu era a mulher quebrada, tentando acalmar uma criança assustada enquanto segurava as próprias lágrimas.

"Responda!" Ela exigiu, seus olhos azuis faiscando de indignação. "Que tipo de profissional você pensa que é?"

As palavras de Valéria ecoaram em minha mente, "extremamente criteriosa". Agora eu entendia o verdadeiro significado delas.

E pela primeira vez desde que fugi de Peter, me perguntei se tinha saído de uma prisão apenas para entrar em outra.

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