Amber
Meus dedos estavam entrelaçados no tecido da blusa enquanto caminhávamos pelo corredor da clínica. O ambiente tinha um cheiro sutil de álcool e lavanda, aquele típico aroma de lugar estéril, limpo, mas não frio.
Ainda assim, meu coração batia forte dentro do peito.
Não era medo.
Era… expectativa.
A última vez que estive em um consultório assim, eu estava sozinha.
Peter me acompanhou, claro. Mas ele nunca esteve realmente presente. Ele fez perguntas protocolares, sorriu quando o médico o encarou, mas assim que saímos, ele não demonstrou nada. Para ele, a minha gravidez foi uma inconveniência que precisou ser resolvida da maneira menos escandalosa possível.
Mas agora…
Agora, quando olhei para o homem ao meu lado, tudo era diferente.
Leonardo caminhava ao meu lado, um leve sorriso dançando nos lábios, os olhos atentos a cada movimento meu. Ele parecia… empolgado. Como se estivesse prestes a entrar em um dos momentos mais importantes da vida dele.
E ele estava.
Porque, por mais que Bella e Louis fossem seus filhos, ele nunca teve a chance de vivenciar nada disso comigo. E dessa vez, ele estaria presente para cada detalhe.
Quando paramos em frente à sala do Dr. Moores, senti minha respiração falhar por um segundo.
E então, o médico apareceu na porta, sorrindo para nós.
"Senhor Martinucci, senhorita Bayer. Vamos entrar?"
No mesmo instante, minha mão se ergueu involuntariamente e agarrou a de Leonardo.
Ele reagiu sem hesitação. Seus dedos se entrelaçaram aos meus, firmes, aquecendo minha pele fria e úmida. Ele não disse nada, mas apertou minha mão com força, trazendo-me para mais perto dele.
Eu o olhei, e ele apenas sorriu, um sorriso carregado de certeza.
"Estou aqui," ele murmurou, como se soubesse exatamente o que eu precisava ouvir.
E, de repente, o medo desapareceu.
Nós seguimos o médico até a sala, onde a maca já estava preparada. O equipamento de ultrassom estava ligado, a tela piscando em tons de azul e cinza. A enfermeira ajustava os materiais ao lado, e meu coração martelava tão forte que eu podia ouvir o sangue zunindo nos ouvidos.
Me deitei na maca, sentindo um frio estranho percorrer minha pele enquanto a enfermeira levantava minha blusa e abaixava um pouco o cós da calça para aplicar o gel frio sobre minha barriga.
Minhas mãos tremiam, um leve tremor percorrendo meus dedos enquanto eu tentava controlar a ansiedade. Mas toda vez que olhava para Leonardo, ele estava sorrindo. Não para a tela, não para o médico—para mim. E em seus olhos não havia dúvida, preocupação ou medo. Havia expectativa, havia amor. Respirei fundo, sentindo o peso da emoção apertar meu peito. Eu não estava sozinha. .
Dr. Moores pegou o transdutor e começou a deslizar sobre minha barriga, os olhos atentos na tela. O som suave do gel sendo espalhado pelo aparelho era a única coisa que quebrava o silêncio.
O tempo parecia se estender, se arrastar, enquanto ele passava o aparelho para um lado e depois para o outro.
Ele não disse nada de imediato. Apenas movia o transdutor, ajustava o ângulo e apertava botões no teclado do equipamento.
O clima ficou tenso.
"Minha mente foi sugada para o passado, para aquele dia frio e estéril onde eu estava deitada em uma maca semelhante, sozinha, esperando por alguma reação de um homem que jamais se importou. O vazio daquela lembrança me engoliu, me prendendo no momento exato em que Peter desviou o olhar, em que sua frieza fez meu coração desmoronar.
Mas então, algo na tela chamou minha atenção.
Meu coração parou.
Minha garganta secou.
O formato… as imagens… eu já tinha visto aquilo antes.
"Meu Deus…" minha voz saiu baixa, um sussurro surpreso.

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