Leonardo
O carro avançava pelas ruas de California Springs, cortando o trânsito com uma precisão quase cirúrgica sob o comando de Magnus. O silêncio dentro do veículo era tenso, quebrado apenas pelo som das teclas sendo pressionadas com rapidez por Amber. Seu rosto estava iluminado pela tela do laptop, e sua concentração era absoluta.
Eu sentia meu coração batendo no mesmo ritmo acelerado dos pneus contra o asfalto. Estávamos perto. Muito perto.
"Ela percebeu," Amber disse de repente, sua voz carregada de adrenalina.
Virei a cabeça para ela imediatamente. "Como assim, percebeu?"
"Ela tentou acessar um dos arquivos falsos e, no momento em que percebeu que era uma armadilha, começou a desconectar todos os acessos que conseguiu." Ela soltou um suspiro pesado. "Mas é tarde demais. Eu já tenho o IP do computador dela."
Amber começou a digitar algo ainda mais rápido, os olhos focados na tela.
"Onde?" Magnus perguntou, seu tom tenso.
Ela parou por um segundo antes de levantar os olhos. "Está vindo da sala de segurança cibernética."
"Porra," murmurei, sentindo o sangue ferver.
Amber apertou os lábios, seu olhar brilhando com pura determinação. "Vou passar a informação para o estagiário, ele pode confirmar se é realmente o computador da Nádia."
"Ótima ideia," Magnus concordou, pegando o celular e me entregando.
Peguei o aparelho e abri o aplicativo de mensagens. "Me dá o número."
Amber ditou rapidamente e, em segundos, digitei a mensagem e enviei para Rinaldi, o estagiário infiltrado que estava sendo nossos olhos dentro da empresa.
Os segundos que se seguiram foram sufocantes. O carro voava pela estrada, e eu sentia o nó apertado no estômago crescer. Se Nádia descobrisse que estava sendo rastreada, poderia fugir antes de chegarmos.
Então, o celular vibrou na minha mão.
Rinaldi: Confirmado. Esse é o computador da Nádia.
Minha respiração ficou presa no peito, e um sorriso satisfeito surgiu em meus lábios.
"É ela," anunciei, virando-me para Magnus e Amber. "O estagiário confirmou."
Magnus soltou um riso de pura satisfação. "Então pegamos a vadia."
Mas outra mensagem apareceu logo em seguida.
Rinaldi: Ela está fazendo cena. Dizendo que está passando mal e pedindo para ir ao banheiro. O que faço?
"Não pode deixar ela sair dali," rosnou Magnus, os olhos atentos ao retrovisor.
Peguei o celular novamente e digitei.
Leonardo: Siga ela. Não a perca de vista. Estamos chegando.
"Ela tá tentando fugir," Amber murmurou, cerrando os dentes. "Que previsível."
"Ela não vai conseguir," garanti, apertando minha mandíbula.
Magnus girou o volante bruscamente e acelerou ainda mais. A essa altura, eu sentia o carro praticamente voando pela cidade. Meu corpo estava tenso, a adrenalina explodindo dentro de mim.
Logo avistamos a entrada do Vitta Eleganza, o hotel onde fica um dos andares administrativos da MGroup. Assim que chegamos ao estacionamento subterrâneo, Magnus parou o carro em um solavanco, e eu já estava abrindo a porta antes mesmo do motor desligar.
Amber fez o mesmo, mas antes que ela pudesse sair, segurei seu braço.
"Você fica aqui," ordenei, sério. "Isso pode ser perigoso."
Ela me lançou um olhar afiado. "Nem pensar. Eu quero ver essa vaca cair com os meus próprios olhos."



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