Leonardo
Amber estava sentada na cama, a expressão serena enquanto ouvia atentamente o médico explicar os próximos passos. Mas, mesmo com o tom otimista dele, minha mente estava a mil.
Uma semana.
Sete dias inteiros entre a casa, o hospital e a empresa. Sete dias tentando manter Amber quieta, segura e, acima de tudo, viva. Foi um esforço desumano para convencê-la a descansar, mesmo quando o corpo dela claramente precisava. E agora, finalmente, estávamos aqui, ouvindo que o risco maior havia passado.
“Os bebês estão bem,” o médico dizia, as palavras ecoando como um bálsamo para meus nervos desgastados. “Mas é essencial que ela evite grandes esforços físicos ou qualquer situação de estresse extremo. Não há necessidade de repouso absoluto, mas cuidados redobrados são imprescindíveis.”
Minha mandíbula se apertou ao ouvir isso. Eu não podia mais arriscar.
“Doutor,” comecei, minha voz saindo baixa, mas firme. “O que o senhor acha de uma mudança temporária para um lugar mais tranquilo? Como Aspen, por exemplo?”
Amber levantou o olhar para mim imediatamente, seus olhos estreitados, cheios de desconfiança. Eu segurei sua mão antes que ela dissesse qualquer coisa, beijando o dorso suavemente, tentando transmitir calma.
O médico não pareceu notar o olhar que ela me lançou e apenas assentiu. “Se for um ambiente tranquilo, com acesso rápido a cuidados médicos, acho uma excelente ideia. Tudo que a srta. Bayer precisa agora é de descanso e se vocês tiverem como garantir isso, será benéfico para a recuperação.”
Amber não disse nada, mas percebi o leve tensionar dos seus ombros. Eu sabia que ela não estava completamente convencida. Assim que o médico saiu do quarto para organizar os papéis da alta, ela virou o rosto para mim.
“Não vamos ficar aqui,” falei antes que ela pudesse protestar. Minha mão ainda estava na dela, e eu apertei levemente, tentando transmitir a certeza que ela precisava. “Não até Peter e Martina estarem presos.”
“Martina?” Amber repetiu, seus olhos estreitando ainda mais. “Ela aprontou alguma coisa de novo?”
Balancei a cabeça, mas meu estômago deu um nó só de pensar nela. “Não, mas é exatamente isso que me preocupa. Essa quietude dela... Depois da coletiva de imprensa, a imagem dela desmoronou, e isso deve estar corroendo a alma daquela mulher. Alguém como Martina não aceita perder tão facilmente.”
Amber soltou um suspiro pesado, apoiando a cabeça no travesseiro. “Eu sei que você está certo. Só queria que pudéssemos terminar tudo isso de uma vez.”
“E vamos,” murmurei, me inclinando para beijar sua testa. “Mas agora, o melhor é manter você e os bebês seguros. Aspen é o lugar mais longe de todo esse caos.”
Ela hesitou por um momento antes de assentir, seus olhos brilhando com algo entre resignação e cansaço. “Se você acha que é o melhor, vamos.”
Sorri, aliviado, e me endireitei. Peguei o telefone do bolso e disquei para Magnus, andando até a janela enquanto Amber ficava mais confortável na cama.
“Magnus,” comecei assim que ele atendeu. “Prepare o jato. Vamos sair do hospital direto para o aeroporto.”
Ele não perdeu tempo em me questionar sobre a mudança de planos. Apenas concordou com a eficiência de sempre. “Entendido. Irei preparar sua avó e as crianças e nos encontramos la."
"Isso, as malas deles já devem estar prontas, vou pedir apenas para alguém fazer a minha e a da Amber. Não quero mais perder tempo aqui. Não vou arriscar a vida de mais ninguém."
"Com certeza, chefe." ele parou por um momento e senti uma exitação em sua voz. "Tem algo errado, Magnus?"
"Não, na verdade...Ah, uma coisa: posso levar Gabriela com a gente? Ela pode ser útil, especialmente para Amber.”
Virei o rosto para Amber, que estava me observando com curiosidade. “Magnus questionou de Gabriela ir conosco. O que você acha?” perguntei a ela.
Amber sorriu, e foi um sorriso verdadeiro, o primeiro em dias. “Eu adoraria.”
“Leve Gabriela,” confirmei, voltando ao telefone. “E mantenha tudo pronto. Não quero atrasos.”



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