Leonardo
O escritório em Aspen era uma mistura de funcionalidade e luxo, um refúgio que usávamos para reuniões importantes ou momentos como esse, em que precisávamos clarear as ideias. As prateleiras de madeira escura estavam repletas de livros e decorações cuidadosamente escolhidas, mas meu olhar estava fixo no decanter de cristal sobre a mesa.
Servi dois copos de uísque, sentindo o líquido dourado escorrer pelo vidro, antes de entregar um deles a Magnus, que estava parado próximo à janela. Ele aceitou sem uma palavra, sua expressão fechada como se carregasse o peso do mundo nos ombros.
"Então," comecei, me sentando na poltrona de couro. "Tem alguma coisa nova sobre o tal de Albus Cannon?"
Magnus deu um gole longo antes de me responder, seu olhar perdido no horizonte coberto de neve. "Ainda não. Estamos apurando, mas esse desgraçado é um fantasma. Quem quer que esteja usando esse nome, sabe exatamente o que está fazendo."
Minhas mãos se fecharam ao redor do copo, o cristal pressionando contra minha pele. Não era a resposta que eu queria ouvir.
"Isso não é suficiente," retruquei, minha voz mais firme do que eu pretendia. "Preciso de provas concretas para acabar com Peter de uma vez por todas. Quero ele atrás das grades. Não tolero mais que alguém tão perigoso quanto ele continue solto, ameaçando as pessoas ao seu redor."
Magnus assentiu lentamente, mas seu silêncio me incomodou. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que havia algo mais.
"Martina já é um caso praticamente resolvido," continuei, tentando aliviar minha frustração. "As provas que temos contra ela já foram entregues ao Hobbins. Ele está cuidando de tudo. É só uma questão de tempo até ela ser presa."
"Um problema a menos," Magnus concordou, mas sua expressão permaneceu sombria.
Eu o observei atentamente por um momento, antes de me inclinar na poltrona. "O que está acontecendo, Magnus?"
Ele hesitou, girando o copo de uísque nas mãos, antes de soltar um suspiro pesado. "É Gabriela."
Franzi a testa, surpreso. "O que tem ela?"
"Ela está escondendo algo de mim," admitiu, finalmente se virando para me encarar. "E eu não faço ideia do que seja, mas tenho um mau pressentimento. Tentei conversar, persuadi-la, mas ela não fala. E agora... agora estou começando a achar que estou forçando demais."
Seus olhos carregavam algo mais do que preocupação. Havia um toque de vulnerabilidade ali, algo que raramente via em Magnus.
"Por que você acha isso?" questionei, cruzando os braços.



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