Amber
O som alto e repentino havia me tirado da cama. Assim como Louis, minha curiosidade foi mais forte do que a vontade de permanecer no quarto. Caminhei silenciosamente até a porta, entreabrindo uma fresta, vendo meu pequeno parado na frente de Leonardo, e por um momento, fiquei apenas observando. A ternura do jeito que Leo falava com Louis, explicando que o barulho era de um "bichinho na parede", quase me fez sorrir, mas eu sabia que aquilo era apenas para não impressionar o meu pequeno.
Esperei até Louis voltar para a sala antes de me mover. Meu instinto me dizia que Leo estava carregando mais do que estava disposto a admitir. Quando ele desligou o telefone, abri a porta lentamente, ficando na soleira enquanto o encarava.
"Então?" perguntei, minha voz baixa, mas carregada de expectativa.
Leonardo suspirou, passando a mão pelos cabelos em um gesto que só fazia quando estava completamente exasperado. "O filho da puta não quer falar nada," murmurou, sem olhar diretamente para mim.
Caminhei até ele, colocando uma mão em seu braço, tentando suavizar a tensão evidente em sua postura. "Nós já suspeitávamos disso, Leo," lembrei, minha voz tentando ser calmante. "Não seria tão fácil assim."
"Suspeitar é uma coisa," ele retrucou, sua voz mais áspera do que o normal. "Ter certeza é outra completamente diferente."
Seus olhos estavam carregados de frustração e algo mais... um tipo de desespero que ele tentava esconder de mim, mas que eu conhecia bem demais. Tentei tocar seu rosto, mas ele se afastou, caminhando em direção ao quarto.
"Leonardo!" chamei, mas ele já havia passado pela porta.
Quando entrei, ele estava atirando roupas na mala de forma desordenada, seu cuidado de antes substituído por movimentos bruscos e impensados. Cada peça que ele jogava parecia ser um reflexo de sua raiva acumulada. Cruzei os braços e fiquei ali, apenas observando, esperando que ele notasse minha presença.
Finalmente, parei ao lado da cama, minha paciência se esgotando. "É assim que você vai resolver as coisas? Jogando tudo de qualquer jeito?"
Ele parou por um momento, olhando para mim com os olhos semicerrados, mas não disse nada. Voltou a pegar mais roupas, atirando-as dentro da mala.
"Leonardo, por favor!" exasperei, minha voz subindo um pouco mais do que pretendia. "Se for para ser desse jeito, nem vou sair de casa. Vá para Vegas sozinho."
Minhas palavras pairaram no ar como uma acusação, e por um momento, ele ficou imóvel, me olhando. Seu rosto, sempre tão controlado, parecia dividido entre a frustração e algo que não consegui identificar.
Ele largou a camisa que estava segurando, o tecido caindo silenciosamente na mala, e cruzou os braços. "É isso que você quer? Que eu vá sozinho?" Sua voz saiu baixa, mas havia um tom de desafio que me fez apertar os punhos ao lado do corpo.
"Não, Leo," respondi, tentando manter minha compostura. "Eu quero que você pare. Que respire. Que pense no que está fazendo. Agir assim não vai nos levar a lugar nenhum."

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