Amber
A paisagem de Positano era de tirar o fôlego. As casas coloridas espalhadas pelas colinas, o mar azul ao fundo, o aroma de flores e sal no ar. Tudo era como um sonho, e por um momento, pensei que essa viagem poderia ser um novo começo. Mas a tensão que pairava no ar entre Leonardo e Magnus tornava difícil me permitir aproveitar completamente.
Enquanto esperávamos no pátio do aeroporto para que os carros fossem organizados, observei Leonardo e Magnus sussurrando algo a poucos metros de distância. Magnus tinha a testa franzida, e Leonardo mantinha os braços cruzados, a mandíbula apertada. Era evidente que estavam discutindo algo importante, algo que não queriam compartilhar. Meu peito apertou, uma sensação de inquietação crescendo dentro de mim.
Do lado oposto, as crianças estavam radiantes. Bella apontava para tudo ao redor – o céu límpido, as oliveiras que decoravam a estrada, e até os pássaros que voavam por ali. Louis, com um sorriso travesso, já fazia perguntas sobre o mar e os barcos que passavam ao longe, visíveis ao fundo.
"Mamãe, a gente pode andar de barco?" Louis perguntou, puxando minha mão.
"Talvez mais tarde, meu amor," respondi, tentando me concentrar na alegria deles e afastar a tensão que Leonardo e Magnus irradiavam ao meu lado. Bella já estava segurando Nonna Rosa pela mão, entusiasmada com tudo o que via.
O contraste entre o entusiasmo das crianças e a seriedade dos dois homens era quase desconcertante. Eu sabia que algo estava errado, mas também sabia que não teria respostas naquele momento. Tudo o que podia fazer era me concentrar nos pequenos, que não mereciam sentir nem uma fração da inquietação que pairava no ar.
"É lindo, mamãe!" Bella exclamou, correndo em minha direção e pulando de empolgação. "Vamos morar aqui para sempre?"
Ri, tentando absorver um pouco da alegria dela. "É lindo mesmo, meu amor. Mas é só uma visita. Quem sabe voltamos mais vezes?"
Apesar do entusiasmo das crianças, minha mente estava presa na expressão de Leonardo. Caminhei até ele enquanto ele organizava os seguranças e falava com Magnus.
"Leo," chamei, mantendo minha voz baixa para não atrair a atenção das crianças. "O que vocês estão escondendo?"
Ele olhou para mim, seu rosto assumindo um tom sério, mas forçado a parecer relaxado. "Não é nada," respondeu, apertando minha mão por um momento. "Só estamos falando sobre o processo de Peter."
"Então por que vocês parecem tão tensos?" perguntei, colocando as mãos no bolso da calça. "Leonardo, se algo está acontecendo, eu tenho o direito de saber."
"Amber, não é nada que você precise se preocupar agora," ele disse, sua voz carregada de impaciência. "Eu prometo que te explico depois."
Suspirei, recuando um passo. "Tudo bem," murmurei, tentando esconder minha frustração. Não queria que Bella e Louis percebessem o quanto aquilo estava me incomodando. Eles precisavam de estabilidade, e era minha responsabilidade garantir isso.
Magnus deu ordens rápidas para os seguranças enquanto os carros nos esperavam na pista do aeroporto. Tomaso cumprimentava seus homens com a familiaridade de um rei recebendo seus súditos. A postura dele, o tom de comando, o jeito como as pessoas o tratavam... Era impressionante. Mas minha mente estava longe de admirá-lo.


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