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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 26

Leonardo

"Leonardo querido, que bom que finalmente retornou minhas ligações!" A voz melosa de Martina ecoa pelo viva-voz do telefone. "Sua... hóspede tem sido um verdadeiro desastre. Não sei por que insiste em manter essa caridade."

Respiro fundo, controlando a irritação que cresce há dois dias. "Martina, você não deveria estar em Aspen. Essa casa está em reforma."

"Bobagem! Está perfeitamente habitável. Na verdade, estive pensando... o jardim seria perfeito para nosso casamento na primavera."

"Não haverá casamento na minha casa em Aspen," digo firmemente, tentando manter o tom casual. "E você está assustando meus hóspedes."

"Assustando?" Ela ri, aquela risada artificial que me dá nojo. "Querido, só estou pedindo que ela me ajude com algumas coisas. Afinal, se você a está ajudando, o mínimo que ela pode fazer é retribuir, não acha?"

Magnus me observa da porta, preocupado com minha expressão tensa.

"Martina, ela não é sua empregada. Por favor, deixe-a em paz."

"Oh, mas ela insiste em ajudar! Deve ser a gratidão falando... embora ela seja terrivelmente desajeitada. Mal consegue fazer um chá decente."

Contenho a vontade de gritar ao imaginar as humilhações que Amber deve estar passando. "Olha, que tal marcarmos para ter essa conversa na sua casa em Paris?"

"Paris?" Ela parece considerar. "Mas e seu projeto de caridade?"

"Ela ficará bem. Valéria está lá para ajudar com as crianças."

"Crianças tão estranhas," ela comenta casualmente. "Mal olham para mim e já tremem. Eu? Dar medo? Que ridículo."

"Martina..."

"Mas querido, voltando ao nosso casamento..."

"EU JÁ DISSE QUE NÃO VAI TER PORRA DE CASAMENTO NENHUM!" Berro, batendo minhas mãos com força na mesa, perdendo completamente a paciência. "Leia a merda do contrato que eu te enviei no e-mail há 7 dias. Se não quer ler, mande um de seus advogados. Está bem claro naquele papel que nunca haveria um casamento." Volto a me soltar na cadeira irritado. Ela ri do outro lado, esperando que minha respiração ficasse mais tranquila.

"Está mais calmo? Você leu as letras miúdas?" Ergui os olhos para Magnus, que mantinha uma expressão impassível.

"Li mais de 10 vezes aquele contrato, querida noiva. Eu sabia exatamente onde eu estava entrando quando acordamos sobre isso."

"Então sabe que pode haver um casamento se as partes se apaixonarem."

"Pois é, mas isso não aconteceu." Falo sorrindo sem humor.

"Eu me apaixonei. Eu te amo Léo, e sabe que faço qualquer coisa por você."

"Não é recíproco, pare de se iludir. Temos apenas negócios em conjunto e nada mais que isso." Ouço o drama que Martina sempre faz quando estamos discutindo sobre nossa relação.

"Você vai continuar com isso? Até quando? Diga? Vai continuar me usando para..."

"Você usou meus hotéis e eu usei sua imagem, era o nosso acordo. Você sabia os meus termos e os aceitou, não sei por que agora..."

"Sr. Martinucci?" Hobbins entra apressadamente no escritório, pasta em mãos. Faço sinal para que aguarde.

"Apenas o Sr. Wong. Os outros terão que aguardar meu retorno."

"Sim senhor, Martinucci."

No elevador, verifico mais uma vez o celular. Nenhuma mensagem de Amber. O silêncio dela me preocupa mais do que qualquer ameaça de Martina.

"Senhor," Magnus me alcança. "Há algo que devo saber sobre a Srta. Martina?"

Olho para ele, pensando em tudo que descobri nos últimos anos. Os documentos que encontrei, as ligações perigosas, os "acidentes" que aconteceram com pessoas que a contrariaram. Martina não é apenas uma modelo mimada, ela é uma cobra que espera pacientemente para dar o bote.

"Apenas... mantenha distância. E não deixe que ela perceba o quão importante Amber realmente é."

"Não acha que deveria encerrar esse contrato de uma vez?" dou uma risada sem graça e olho para ele.

"Fizemos esse contrato tão bem-feito que, apenas se as duas partes estiverem de comum acordo, ele poderá ser encerrado, e como pode ver, esse não é o caso." ele concorda e não fala mais nada.

As portas se fecham e sinto o peso da situação esmagando meus ombros. Martina é meu pior pesadelo, o tipo de ameaça que age nas sombras, manipulando peças num jogo que só ela conhece as regras. Durante anos, mantive esse acordo bizarro para mantê-la sob controle, para proteger pessoas que nem sabiam que estavam em perigo.

Mas agora Amber está na mira dela. E pela primeira vez em muito tempo, sinto medo de verdade.

Porque não é só Amber que está em risco, as crianças também. E se tem uma coisa que aprendi sobre Martina é que ela sempre descobre os segredos das pessoas.

É só uma questão de tempo.

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