Leonardo
O quarto estava silencioso, apenas o som suave da respiração de Amber preenchia o espaço. A luz da manhã começava a entrar pela fresta das cortinas, pintando o ambiente com tons dourados. Olhei para ela uma última vez antes de me levantar devagar, tentando não fazer nenhum movimento brusco que pudesse acordá-la. Ela tinha dormido tão pouco nas últimas noites que eu não queria perturbá-la agora.
Passei uma mão pelo cabelo, sentindo a tensão se acumular em meus músculos. Eu sabia que o que estava prestes a fazer não seria algo que Amber aprovaria. Mas eu também sabia que não poderia envolvê-la nisso. Não quando havia tanto em risco.
Peguei meu celular e um blusão de frio e saí do quarto em silêncio absoluto, fechando a porta com o máximo de cuidado. Assim que comecei a descer as escadas, a tensão tomou conta de mim. Cada passo que eu dava me lembrava da responsabilidade que carregava nos ombros. Não era apenas sobre mim. Era sobre Amber, nossos filhos, minha família.
Ao chegar ao escritório, encontrei Magnus já me esperando. Ele estava de pé, encostado na mesa, com os braços cruzados e os olhos fixos no celular. O cansaço era evidente em sua expressão, mas sua postura continuava firme, pronta para qualquer coisa.
"Você dormiu?" perguntei, fechando a porta atrás de mim.
Ele riu baixo, um som sem humor. "Tem certeza que quer me perguntar isso? Aposto que você também não pregou o olho."
Suspirei, jogando meu blusão sobre a poltrona e esfregando o rosto. "Precisamos resolver isso logo, Magnus. Quero decidir como esse encontro com Martina vai acontecer antes que ela pense que estou hesitando."
"Eu já pensei em algumas opções," Magnus respondeu, endireitando a postura. "Podemos colocar uma escuta e um rastreador em você. Assim, se algo der errado, saberemos exatamente onde você está e o que está acontecendo."
Assenti, mas uma preocupação me atingiu. "Isso precisa ser discreto. Martina não vai simplesmente me encontrar sem querer se assegurar de que não estou armado ou com algum tipo de dispositivo escondido. Ela vai querer me revistar."
Magnus deu um meio sorriso. "Deixa isso comigo. Eu vou garantir que ela não encontre nada."
Eu respirei fundo, absorvendo a ideia. "E quanto à segurança externa? Se ela aparecer com alguém, quero ter homens posicionados sem que ela perceba."
"Já estou cuidando disso," Magnus garantiu. "Ela pode ser esperta, mas não mais do que nós."
Eu queria acreditar nisso, queria acreditar que estávamos sempre um passo à frente. Mas com Martina, nunca se sabia.
Continuamos refinando os detalhes do encontro por um tempo, analisando cada possibilidade e cada risco. Eu queria me sentir mais confiante, mas algo dentro de mim ainda gritava que isso poderia dar muito errado.
Foi quando o telefone de Magnus tocou. Ele olhou para a tela tenso antes de silenciar a chamada e colocá-lo no bolso.
"Quem era?" perguntei, notando a agitação momentânea dele.
"Gabriela," respondeu simplesmente, voltando a se concentrar no plano. "Depois eu falo com ela."



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