Amber
O alívio de ver Leonardo acordado mal teve tempo de se instalar antes que um novo peso me atingisse. Um arrepio percorreu meu corpo, e uma onda de tontura me fez segurar com força a beirada da cama dele.
"Amber?" Magnus percebeu primeiro, vindo até mim antes que eu perdesse o equilíbrio.
Tentei me afastar, levantar a cabeça, mostrar que estava bem, mas meu corpo não colaborou.
"Magnus... eu estou..." A frase morreu nos meus lábios quando minhas pernas amoleceram.
"Peguei você." A voz dele veio firme, me segurando contra seu peito enquanto meu mundo girava.
Senti outras mãos em mim – Tomaso se aproximando, preocupado.
"Amber, você está pálida." A voz de Magnus era um misto de exasperação e preocupação.
Foi então que percebi que Leonardo estava me olhando, sua expressão mudando de confusão para atenção total.
Eu queria sorrir, dizer que estava bem. Mas seu olhar cravou em algo, e quando segui seu olhar, entendi o motivo.
O acesso no meu braço.
Os olhos de Leonardo escureceram na mesma hora, sua mandíbula travada enquanto seguia o tubo com os olhos até o soro pendurado ao lado da minha cadeira.
Droga.
Ele então olhou ao redor e seu olhar pousou na cama ao lado da dele, toda desarrumada, lençóis revirados.
"Amber..." Sua voz saiu mais baixa, mais grave. "Você estava dormindo aqui?"
"Correção, ela também está internada e sob observação médica." Magnus falou firme. "Mas sua senhora consegue ser mais teimosa que você."
Minha boca se abriu para negar, mas ele me olhou de um jeito que me fez perder qualquer coragem de mentir.
"Eu estou bem."
"Não, você não está."
Magnus bufou ao meu lado, me ajudando a sentar. "Pelo menos dessa vez ela não desmaiou."
Leonardo pareceu travar com essa informação.
Tentei segurar sua mão, mas ele olhou diretamente para Magnus e depois para Tomaso, e eu senti o momento exato em que ele percebeu que não sabiam como contar a ele tudo o que aconteceu nos últimos três dias.
***três dias antes***
O monitor apitou de forma estridente.
O som perfurou meus ouvidos como um alerta de morte, e minha reação foi instintiva.
"NÃO!"
A visão escureceu e me joguei para frente, quase derrubando os equipamentos, tentando encontrar Leonardo, tentando fazer algo para trazê-lo de volta.
"LEONARDO!"
Eu sentia minha pulsação nos ouvidos, uma dor cortante no peito. Minha pressão despencando.
Tomaso me segurou antes que eu caísse, e Magnus gritou ordens no rádio, mas eu não conseguia ouvir nada direito.
Só conseguia ver o monitor cardíaco despencando.
O tempo parou.
A última coisa que senti foi meu corpo se rendendo ao desespero, a tontura me puxando para um vazio escuro.
Acordei algum tempo depois com agulhas no braço, minha cabeça latejando, e uma enfermeira verificando minha pressão.
A única coisa que consegui perguntar foi:
"Leonardo?"
"Ele está vivo." A resposta veio de Magnus. "Ainda inconsciente, mas estável."
As lágrimas caíram antes que eu pudesse impedir.

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