Amber
O quarto ficou em silêncio por alguns instantes depois que eu disse os nomes das nossas filhas.
Leonardo respirou fundo, seu peito subindo e descendo de forma pesada. Seus olhos estavam diferentes agora. Não era preocupação, não era medo. Era algo maior.
Ele segurou meu rosto com delicadeza, como se eu fosse feita de vidro. Como se estivesse tentando gravar esse momento na memória.
"Francesca e Sophie…" Ele sussurrou, testando os nomes como se saboreasse cada sílaba.
Assenti contra seu peito, sentindo meu coração acelerar com a emoção dele.
Ele passou os dedos pelo meu cabelo, como se precisasse de algo para se agarrar. Como se estivesse tentando segurar as emoções.
"Já consigo imaginá-las correndo pela casa com Bella e Louis…" Ele sorriu, e seus olhos brilharam com algo raro: vulnerabilidade pura. "Eles vão nos enlouquecer, gritando, rindo e disputando tudo entre si. Vai ser um caos completo… e eu não mudaria nada disso. Acho que vamos precisar de uma casa maior para conter toda a energia desse quarteto indomável."
Minha garganta se apertou ao vê-lo tão entregue a esse sonho.
"Você acha que elas vão puxar a mim ou a você?" Perguntei, tocando seu rosto com carinho.
Ele riu baixinho, ainda em um estado de encanto.
"Elas vão ser teimosas como a mãe e calculistas como o pai." Ele beijou minha testa, e sua voz saiu carregada de ternura. "Mas eu espero que tenham o seu coração, Amber. Eu espero que sejam doces, fortes e corajosas como você."
Fechei os olhos, sentindo uma lágrima escorrer pela minha bochecha.
"Leo…"
Ele me abraçou com mais força, afundando o rosto no meu pescoço.
"Eu nunca pensei que poderia ser tão feliz assim…" Sua voz falhou um pouco, e meu coração quase parou. "Nunca pensei que poderia ter algo tão perfeito."
Eu segurei seu rosto entre minhas mãos, absorvendo cada detalhe. O homem frio e racional, o chefe de família, o protetor, estava desmoronando de emoção diante das nossas filhas que ainda nem haviam nascido.
"Elas já são tão amadas." Sussurrei contra seus lábios, sentindo o toque quente da respiração dele contra minha pele.
"Mais do que qualquer coisa nesse mundo." Ele passou os lábios suavemente pelos meus, sem pressa, apenas aproveitando o momento.
Fechei os olhos e me permiti acreditar que poderíamos ficar assim para sempre.
Mas a realidade não nos dava esse luxo.
No instante seguinte, senti o corpo dele enrijecer contra o meu.
O brilho de ternura desapareceu tão rápido quanto veio, dando lugar a algo afiado, racional, calculado.
"Amber…" Sua voz carregava um tom mais sério agora, e eu já sabia que ele ia dizer algo que eu não queria ouvir.
"Leonardo…" Interrompi antes mesmo que ele falasse, mas não adiantou.
"Agora eu tenho certeza." Ele ignorou minha tentativa de pará-lo. "Você não está segura."
Engoli em seco.
"Leo, nós—"
"Eu não vou discutir isso." Seu tom era firme, definitivo, absoluto.
Eu vi o homem estrategista e implacável tomar conta do meu marido.
"Temos que desaparecer até que Martina seja capturada." Ele continuou, sua mente já trabalhando em mil possibilidades diferentes.
"Desaparecer?" Minha voz saiu mais alta do que eu queria. "Leonardo, não podemos nos esconder para sempre."
Seus olhos brilharam com algo sombrio.

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