Magnus
A noite se espalhava pela propriedade Martinucci como um cobertor morno, trazendo uma ilusão de paz. Eu sabia que não duraria.
O retorno de Amber era motivo de celebração. O clima dentro da casa era leve, cheio de risadas infantis, vozes animadas e um breve senso de normalidade. Mas meu instinto me dizia outra coisa.
Sentei-me na poltrona da sala, observando Leonardo ao lado das crianças, o sorriso fácil nos lábios, enquanto Amber conversava com Nonna Rosa, tentando convencê-la de que não precisava de mais almofadas ao seu redor.
Era esse tipo de momento que tornava tudo valioso. Era por isso que protegíamos essa família com a própria vida.
"Acho que está na hora de você ir para o quarto, descansar, B." Leonardo falou, e ela concordou, assim que ela se levantou ele novamente a pegou no colo, e as crianças gargalharam.
"A mamãe é o bebê agola." Bella falou, e Louis concordou.
"Viu o que você fez? Não precisa disso, Leo." ele se aproximou de sua testa e a beijou.
"Não me importo. Estou dando exemplo para os meus filhos." Tomaso e Eleonora pegaram os pequenos no colo, e todos sairam da sala, me deixando sozinho com nonna Rosa. Sua expressão parecia mais cansada, do que a minutos atrás.
"Está sentindo alguma coisa, nonna?" Questionei me levantando e indo até ela.
"Não, meu filho. Estou bem." ela falou se levantando com dificuldade. "É apenas preocupação. Eu só quero que isso acabe logo." concordei. "Vou me recolher também, preciso continuar minhas orações para minhas bisnetas. Enquanto elas não nascerem, não vou interromper minha interseção por elas." sorri de lado, vendo a mulher fervorosa que lutava por sua família da forma que podia.
"Boa noite, nonna." falei e ela apenas abanou a mão para mim.
"Voltei a me sentar no sofá, e uma saudade absurda se ocupou do meu peito.
Peguei meu celular e disquei um número que se tornou habitual.
"Magnus," a voz de Gaby surgiu do outro lado da linha, e um sorriso automático nasceu nos meus lábios.
"Amber já está em casa," anunciei, relaxando um pouco mais no sofá.
"Graças a Deus," ela respondeu, o alívio evidente em sua voz. "Vou ligar para ela amanhã. Ela já passou por tanta coisa… não precisava de mais isso."
"Eu sei." Passei a mão pelo rosto, sentindo o cansaço me alcançar. "Mas agora que Martina desapareceu, talvez possamos respirar um pouco."
"Espero que sim."
O silêncio entre nós foi breve, confortável. Eu fechei os olhos por um momento, apenas ouvindo a respiração dela do outro lado.
"Estou com saudade, Gaby," confessei sem rodeios.
Ela riu baixinho, e pude imaginar a curva delicada de seus lábios.
"Também estou," admitiu. "Mas sinto que logo estaremos juntos."
"Se não fosse por toda essa bagunça, eu já teria ido te buscar." Meu tom era despreocupado, mas eu falava sério. "Agora que Martina saiu do jogo, acho que finalmente terei uns dias de folga."
"Minha mãe sempre pergunta quando você vai vir," ela brincou. "Ela acha que você está enrolando e está com medo de enfrentar ela e o meu pai. E ainda mais agora que Dylan não sai mais da minha casa."
Meu corpo ficou tenso.
"Dylan?" Minha voz endureceu antes que eu pudesse controlar.
"Sim," ela respondeu casualmente. "Ele e Monalisa estão em um super love."
Minha mandíbula travou. Apenas pensar nele perto de Gaby me dava vontade de quebrar alguma coisa.
"Você tem ficado longe deles, certo?"
"Claro." O tom dela mudou levemente. "Não me sinto bem perto dele. Prefiro evitar."
Meu aperto no telefone relaxou um pouco.
"É melhor assim. Não quero você perto dele. Não confio nele, ainda mais com as atitudes recentes."
Ela percebeu a mudança no meu tom e mudou de assunto.
"E sobre o caso do Derek? Você sabe de mais alguma coisa?"
"Meu advogado está garantindo que ele nunca mais saia da cadeia," respondi sem hesitação. "As provas são sólidas. Ele não tem saída."
Ela suspirou do outro lado, e só então percebi o peso da preocupação dela com esse assunto.
"Obrigada, Magnus."
"Não por isso. Faço qualquer coisa para te manter segura, sabe disso.
"Exagera também." Ela riu. "Mas eu gosto da sua proteção, e sinto falta dos seus braços em volta de mim."
"Continue assim, e amanhã mesmo terá uma surpresa." ela gargalhou, e aquele som fez meu coração vibrar. Eu estava louco por ela.

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