Leonardo
O silêncio da noite era absoluto, quebrado apenas pelo som suave da respiração de Amber ao meu lado. Mas algo estava errado.
Eu não sabia dizer o quê. Apenas sentia.
O peso no peito, a sensação de que alguma coisa terrivelmente errada estava acontecendo.
Tentei me mover, mas meus músculos estavam pesados, como se meu corpo estivesse preso a algo invisível.
Foi então que percebi que Amber não estava mais ao meu lado.
Virei o rosto, meus olhos varrendo o quarto escuro. Vazio.
"Amber?" Minha voz ecoou no silêncio, mas não houve resposta.
O pânico começou a me consumir.
Levantei-me rapidamente, mas meus pés não tocavam o chão. O quarto ao meu redor parecia se esticar e distorcer, como se estivesse se dissolvendo em sombras.
Vi sua silhueta ao longe, no final de um corredor que não deveria estar ali.
"Amber!"
Comecei a correr, mas a distância entre nós só aumentava.
Ela não olhava para trás.
"Espera!"
Tentei acelerar, mas meus pés não encontravam tração. Era como correr contra o vento, como se algo invisível estivesse me segurando.
Ela continuava se afastando.
Cada vez mais longe.
"Amber!" Minha voz era um rugido de desespero.
Ela finalmente se virou.
E então desapareceu.
Virei-me no mesmo instante, estendendo o braço para tocá-la.
Meus olhos se abriram de súbito, o peito subindo e descendo rápido, como se eu tivesse acabado de emergir debaixo d’água.
O quarto estava escuro, a única luz vinha do pequeno abajur ao lado da cama.
Minha respiração ainda estava pesada, meu coração martelando no peito.
Virei-me instintivamente para o lado.
O colchão estava vazio.
Minha mente levou um segundo a mais para processar. Mas quando a realidade me atingiu, a sensação de sufocamento se tornou real.
"Amber?" Minha voz saiu rouca, densa de urgência.
Nenhuma resposta.
Levantei-me num movimento abrupto, minha pele já formigando com o pânico crescente.
"Amber!"
Passei a mão pelos lençóis amassados, como se tocá-los me ajudasse a entender o que estava acontecendo.
Ela não estava ali.
Meus pés se moveram antes mesmo que eu pensasse. Fui até o closet e abri a porta de uma vez.
Vazio.
"Amber!"
Foi quando ouvi sua voz, fraca, vinda de algum lugar mais distante.
"Aqui… estou aqui."
O som veio do banheiro da suíte.
Corri até lá, meu peito comprimido por um pressentimento esmagador.
Quando parei na porta, o terror me engoliu por inteiro.
Amber estava sentada no chão, encostada no vaso sanitário, os braços cruzados sobre o ventre, o rosto mais pálido do que eu jamais vira antes.
Era o meu pesadelo acontecendo diante dos meus olhos.
O choque foi como um soco no estômago.
"Amber," minha voz quase falhou quando me ajoelhei ao lado dela, minhas mãos indo direto para seu rosto.
Ela estava fria.
"Leo…" Seu sussurro foi fraco. "Só estou enjoada."

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