Amber
A primeira coisa que senti foi um peso estranho no peito.
Meu corpo parecia pesado, como se estivesse preso a algo invisível. Minha cabeça latejava, e minha boca estava seca.
Abri os olhos devagar, piscando algumas vezes para ajustar a visão ao ambiente branco do quarto de hospital.
O ar era carregado com aquele cheiro forte de antisséptico. Luzes suaves iluminavam o espaço, e o som rítmico dos monitores ecoava no silêncio.
Virei o rosto para o lado e meu coração parou.
Leonardo estava ali.
Mas ele não percebeu que eu estava acordada.
Estava sentado no canto do quarto, os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa. Seus ombros tremiam levemente, e sua respiração era irregular.
Ele estava chorando.
Meu peito se apertou de imediato.
Não.
Não podia ser.
Minha garganta queimava quando forcei minha voz a sair.
"Magnus..."
Leonardo ergueu a cabeça no mesmo instante, os olhos vermelhos e marejados.
"Amber..." Ele se levantou rápido, indo direto para mim, segurando minha mão.
"Magnus," repeti, minha respiração acelerando. "Ele... Ele morreu?"
O pânico se instalou no meu peito quando vi seu rosto contorcido de emoção.
Por favor, não.
"Não, não," Leonardo balançou a cabeça rapidamente, apertando minha mão. "Ele está vivo, Amber. Ainda está sob observação, mas os médicos estão otimistas."
Fechei os olhos por um momento, sentindo as lágrimas quentes caírem pelo meu rosto.
Graças a Deus.
"Eu vi você chorando e achei que... por que você está chorando?" Minha voz saiu fraca, hesitante.
Leonardo respirou fundo.
"Porque eu estou assustado. Estou com medo de que as palavras doas médicos sejam apenas para me confortar."
A vulnerabilidade em sua voz me atingiu como um golpe.
Eu nunca tinha visto Leonardo tão quebrado.
Ele abaixou a cabeça, apoiando a testa contra minha mão.
"Eu quase perdi você. Eu quase perdi as meninas. E agora quase perdi o Magnus." Ele apertou minha pele com força, como se quisesse se agarrar à realidade. "Eu estou tentando ser forte, mas eu não posso, Amber. Eu não posso perder nenhum de vocês."
Eu queria dizer algo, queria confortá-lo.
Mas o medo dele era o meu também.
"Vamos aguardar os médicos, se eles estão otimistas, quer dizer que tem chance dele se recuperar. Magnus é forte, não vai deixar que isso o afaste de nós." eu dizia, tentando aliviar o ambiente, mas parecia que nada seria suficiente nesse momento.
"Espero que você tenha razão, acho que vou lá ver se eles têm mais alguma notícia." ele se levantou, mas apertei sua mão com força entre as minhas.
"Não demore, não quero ficar sozinha. A propósito, que horas são?" Perguntei, vendo o sol intenso na janela.
Leonardo limpou o rosto com a mão e olhou para o relógio no pulso.
"Já passa das duas da tarde."
Franzi a testa.
"Eu dormi a manhã toda?"
Ele assentiu.
"Os médicos deram um remédio para garantir que seu corpo descansasse depois do trauma. Você precisava disso."
Eu não sabia se precisava. Mas eu sabia que agora não tinha escolha.
E foi então que o médico entrou no quarto.
O homem de jaleco branco segurava um tablet, e sua expressão era séria demais para trazer boas notícias.
Leonardo imediatamente ficou tenso ao meu lado, segurando minha mão com mais força.
"Senhor Martinucci, senhora Martinucci." O médico assentiu, olhando os relatórios. "Já temos os resultados completos dos exames."
Engoli em seco.
"Tem alguma coisa errada com minhas filhas?" Minha voz saiu mais baixa do que eu queria.
O médico puxou uma cadeira e se sentou na frente da cama.
"O impacto da queda causou uma pequena hemorragia interna."
Meu coração perdeu uma batida.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Os Gêmeos inesperados do CEO