Gabriela
O celular escorregou dos meus dedos e bateu no chão com um som seco e distante, mas eu nem me mexi para pegá-lo. Minha respiração estava presa na garganta, meu peito apertado, ofegante, como se estivesse sufocando em um vazio invisível. O choque da notícia fazia meu corpo inteiro tremer, e minha mente se recusava a processar. Magnus… hospital… ferido… UTI… As palavras ecoavam na minha cabeça como uma sentença, e eu não conseguia organizar os pensamentos.
Minha visão ficou turva, e o som ao meu redor parecia abafado, distante. Senti mãos quentes segurarem meus braços, me balançando levemente, tentando me trazer de volta à realidade.
"Gabriela!" A voz da minha mãe veio carregada de pânico. Ela me segurava pelos ombros, seus olhos arregalados, tentando entender o que estava acontecendo.
Eu tentei falar, mas meu corpo não respondia. Foi então que senti outro toque suave no meu ombro.
"Gabi," Monalisa sussurrou, sua voz cheia de preocupação.
Levantei o olhar e encontrei os olhos da minha irmã, atentos e preocupados. Diferente da minha mãe, que tentava entender a situação, Monalisa apenas esperou, sabendo que, no segundo seguinte, eu desabaria.
"Magnus…" minha voz falhou, e um nó subiu pela minha garganta.
"Magnus?" O rosto de Monalisa perdeu a cor.
"Ele tá no hospital," balbuciei, as palavras se atropelando umas nas outras. "Ele salvou Amber… jogou o corpo na frente do carro… ele…"
Minha respiração ficou frenética, meus pulmões pareciam incapazes de puxar ar suficiente. Minha mãe e Monalisa se entreolharam, ambas claramente alarmadas.
"Onde ele está agora?" minha mãe perguntou.
"Na UTI," solucei, e foi como se dizer aquilo em voz alta me esmagasse.
Senti meu corpo amolecer e, antes que desabasse no chão, Monalisa me puxou para um abraço forte, segurando minha cabeça contra seu ombro.
"Ele vai ficar bem," ela sussurrou contra meus cabelos, mas sua voz não carregava certeza, apenas esperança.
Minha mãe pegou meu celular do chão com mãos firmes e perguntou:
"Quem te contou isso?"
"Leonardo e Amber…"
Ela respirou fundo, tentando encontrar alguma estabilidade na situação.
"Filha, precisamos pensar com calma."
"Não!" Minha voz saiu em um grito carregado de dor. Eu me soltei dos braços de Monalisa e tentei correr para as escadas.
"Eu tenho que ir para a Itália! Agora!"
Minha mãe tentou me deter, mas eu me desvencilhei bruscamente.
"Gabriela, você precisa respirar! Está tremendo inteira!"
"Eu não posso esperar! Ele precisa de mim," gritei, sentindo a urgência me consumir.
Monalisa me olhou, preocupada, mas decidida.
"Então eu te levo até o aeroporto."
Peguei o celular e tentei destravar a tela, mas meus dedos tremiam demais. Consegui abrir a mensagem de Leonardo.
"O jato estará aí em algumas horas, fique pronta."
A notícia caiu sobre mim como um balde de água gelada.
Horas? Eu não tinha horas! Magnus poderia não ter horas!
"Isso vai demorar muito!"

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