Leonardo
Me encostei na parede de frente para sua cama, cruzando os braços enquanto observava Magnus bufando impaciente, os olhos fixos no teto.
"Eu realmente não queria ter interrompido a reconciliação," soltei, sem disfarçar o tom de provocação.
Magnus desviou o olhar para mim e revirou os olhos com um suspiro irritado.
"Leonardo," ele bufou. "Se você veio aqui só para ser um idiota, pode dar meia-volta e sair."
Soltei uma gargalhada e puxei a cadeira ao lado da cama, me acomodando de maneira confortável.
"Ah, Magnus," balancei a cabeça, me divertindo com a irritação dele. "Nem que você quisesse, poderia tentar entender o que sente por Gabriela agora. Todo ferrado do jeito que está? Impossível."
Ele cerrou os olhos para mim.
"Só não te dou um soco porque estou impossibilitado. Mas quando eu melhorar, pode ter certeza que vou lembrar dessa conversa."
Ergui as mãos, ainda rindo.
"Eu que lute para sobreviver a esse dia, então."
O silêncio se instalou por um momento, e observei Magnus se ajeitar na cama.
"Falando sério agora," minha voz ficou mais calma. "Você lembrou de algo enquanto estava com ela? Porque, sinceramente, vocês pareciam bem íntimos quando entrei aqui."
Ele respirou fundo, olhando para a tela do celular ao lado da cama.
"Não foi exatamente uma lembrança," admitiu. "Nós estávamos repassando algumas fotos nossas… e, por algum motivo, eu senti algo estranho."
"Que tipo de estranho?"
Ele desviou o olhar para mim.
"Um tipo de paz diferente."
Assenti, compreendendo exatamente o que ele queria dizer.
"Ela deu sentido novamente à sua vida, Magnus," falei sem rodeios. "Do mesmo jeito que Amber deu à minha."
Ele ficou em silêncio por um momento, absorvendo minhas palavras.
"De início, eu fiquei surpreso," confessou. "Não parecia algo que eu faria… me abrir para alguém de novo."
"Mas agora?"
Magnus suspirou, encarando o teto antes de responder.
"Agora… vendo as fotos, e vendo ela aqui, parece que ela é diferente. Importante."
Eu gargalhei.
"Você está completamente fodido, igual eu," provoquei, apoiando minhas mãos em sua cama. "Elas nos dominam completamente, e não nos importamos de destruir o mundo pelo bem delas."
Magnus sorriu de lado, ajustando-se na cama com cuidado.
"Você não está errado," murmurou, mais para si mesmo do que para mim. "É estranho. Goste de observá-la, gosto do jeito que ela me olha. Da forma tímida e ao mesmo tempo petulante. Gosto da sua suavidade, e da intensão de seus olhos." Ele respirou fundo, esfregando o rosto com a mão. "E tudo isso só nessas poucas horas que acordei, se eu ficar muito com ela..."
"Vai se apaixonar de novo." Ri de sua expressão.
"Eu devo fazer isso? Ela me disse que Peter estava atrás dela, quando tudo começou. Não quero colocá-la em perigo."
"Você a salvou do perigo que ela vivia a dois anos, Magnus." ele estreitou os olhos.
"O que quer dizer com isso?" chacoalhei a cabeça.
"Se ela não te disse ainda, não sou eu que vou dizer, mas pergunte a ela. Eu não sei todos os detalhes, mas acredito que no seu celular também deve ter algumas respostas."
"Você sempre gostou disso, de colocar a pulga atrás da minha orelha e sair de fininho." ri, me recostando na cadeira.
Aquele Magnus começava a parecer com o que eu conhecia.
"Bom, só passei aqui para te atualizar de algumas coisas," comecei. "Os médicos disseram que a Amber vai receber alta hoje, e assim que você também estiver pronto, estou pensando em voltarmos para Colorado Springs."
Magnus ergueu uma sobrancelha. "Quer sair daqui tão rápido?"
"Não quero mais arriscar," falei com sinceridade. "Martina foi vista em Roma. Se ela está aqui, e nós também estamos, isso só facilita as coisas para ela."
O olhar de Magnus endureceu.
"Ela ainda está solta?"

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