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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 303

Magnus

Gabriela ainda estava aninhada contra meu peito, sua respiração quente e ritmada contra minha pele. Seu corpo se encaixava no meu como se pertencesse ali, e por um instante, eu quis me perder naquela sensação.

Ela era conforto.

Era presença.

Mas, ao mesmo tempo, era o próprio caos dentro de mim.

Minha mente ainda era um campo minado, cheio de buracos onde lembranças deveriam estar. Mas o desejo de tê-la comigo não exigia lembranças. Era instintivo.

Ela suspirou suavemente e se afastou apenas o suficiente para me encarar. Seus olhos eram um oceano de sentimentos, uma mistura de ternura e dor.

"Você precisa descansar," murmurou, deslizando os dedos pelo meu rosto, afastando uma mecha do meu cabelo.

"Não quero dormir," resmunguei, segurando seu pulso, sentindo o calor da pele dela.

"Magnus…" Sua voz era suave, como se estivesse tentando me acalmar. "Você ainda está se recuperando. Seu corpo precisa disso."

Soltei um suspiro longo, porque o último lugar onde eu queria estar era preso dentro dos meus próprios sonhos.

Mas quando Gabriela se ajeitou ao meu lado, puxando a coberta para nos envolver, eu não consegui mais lutar contra o cansaço.

Fechei os olhos.

E então, o inferno começou.

O mundo ao meu redor era um borrão disforme, os contornos da realidade se dissolvendo em uma névoa espessa. Primeiro, sombras indistintas. Depois, formas começaram a ganhar vida, moldando-se diante dos meus olhos.

Gabriela estava ali.

Seu sorriso iluminava o rosto, os olhos brilhavam ao pronunciar meu nome. O som da sua voz era um bálsamo, um alívio imediato que aquecia meu peito.

Mas algo estava errado.

A luz nos olhos dela começou a desaparecer.

Os traços suaves que eu conhecia começaram a se distorcer.

Os olhos azuis escureceram, tornando-se castanhos.

Os cabelos loiros perderam o tom claro, se transformando em um castanho profundo.

O sorriso se desfez.

O coração dentro do meu peito congelou.

Ela não era mais Gabriela.

Era Liana.

A respiração ficou presa na minha garganta, um frio cortante tomou conta do meu corpo. Meu peito se apertou, e uma sensação de pavor tomou conta de mim.

Não. Isso não podia estar acontecendo.

E então, o grito dela cortou o ar como uma lâmina afiada.

Tentei correr, agarrá-la, protegê-la de qualquer coisa que estivesse vindo. Mas eu não conseguia me mover.

Meus pés estavam presos ao chão, como se fossem parte do próprio concreto.

Um vulto emergiu da escuridão. O brilho metálico de uma arma se ergueu, refletindo a pouca luz ao redor.

O olhar de Liana se fixou no meu, cheio de pânico.

O tempo desacelerou.

Eu vi o dedo no gatilho.

Eu vi o terror nos olhos dela.

E então, o tiro ecoou.

O som perfurou o silêncio como um trovão.

O impacto a jogou para trás, e o vermelho se espalhou rapidamente pela sua camisa branca, manchando tudo, cobrindo sua pele como tinta derramada.

Seus olhos se arregalaram em choque.

E então, ela caiu.

"NÃO!"

Forcei meu corpo a se mover, o pânico gritando dentro de mim. Mas quando finalmente consegui romper o torpor, já era tarde demais.

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