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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 304

Gabriela

A teoria nunca se compara à realidade.

Durante anos, estudei casos como o de Magnus, entendi cada fase da recuperação, cada bloqueio, cada momento de negação. Sabia que poderia acontecer. Sabia que era um processo. Mas sentir na pele era completamente diferente.

Eu estava sendo rejeitada pelo homem que eu amava, e, mesmo entendendo o motivo, a dor era lancinante.

Assim que entrei no banheiro do quarto, fechei a porta atrás de mim e deslizei as mãos pelo rosto, tentando manter a compostura. Mas no instante em que encarei minha própria imagem no espelho, a barreira desabou.

Os olhos vermelhos, inchados pelo cansaço. As olheiras profundas denunciando as noites em claro. Meus ombros pareciam pesados, como se o peso daquela semana tivesse dobrado sobre mim.

Um soluço escapou antes que eu pudesse conter.

Mordi o lábio com força, tentando sufocar o choro, mas foi inútil. As lágrimas vieram, silenciosas, deslizando por meu rosto enquanto eu me segurava na pia, sentindo meu corpo tremer.

Magnus não lembrava de mim.

E pior: ele estava lutando contra o que sentia.

Talvez porque, no fundo, ele soubesse que havia algo ali. Algo maior do que apenas um vazio na memória.

Mas ele estava confuso.

E eu precisava dar espaço.

O que eu queria era abraçá-lo, segurá-lo, implorar para que ele se lembrasse. Mas isso seria egoísmo. Esse não era um processo sobre mim. Era sobre ele.

E se eu realmente o amava, precisava fazer o que era certo.

Respirei fundo, lavando o rosto com água fria, tentando apagar qualquer vestígio do desespero que tomava conta do meu corpo. Peguei a toalha, sequei meu rosto e soltei um longo suspiro.

Eu precisava ser forte.

Não havia outra escolha.

De volta ao quarto, comecei a arrumar minhas coisas, dobrando minhas roupas e as de Magnus que ainda estavam ali. Meus gestos eram automáticos, mecânicos, evitando encará-lo.

Ele permaneceu em silêncio enquanto eu dobrava sua camisa e a colocava dentro da mala.

Eu não queria olhá-lo.

Não queria que ele visse a dor em meus olhos.

Assim que terminei, a porta se abriu e Leonardo entrou com um sorriso animado.

"Pronto para voltar para casa?"

Magnus assentiu, ajustando-se na cama.

"O médico me deu alta, até que enfim. Não aguentava mais ficar nesse lugar."

Leonardo olhou para mim, notando a tensão no ar, mas decidiu não comentar nada.

"Ótimo. Vamos passar mais dois dias em Positano antes de voltarmos para Colorado Springs. Está tudo pronto para partirmos."

"Isso parece o mais seguro", Magnus respondeu, sem emoção na voz.

E então, antes que pudesse me segurar, as palavras saíram da minha boca.

"Eu não vou com vocês."

O silêncio no quarto foi imediato.

Magnus e Leonardo me encararam ao mesmo tempo, como se não tivessem ouvido direito.

"O quê?", Leonardo franziu o cenho.

"Eu vou voltar para a casa da minha mãe", repeti, tentando controlar a tremedeira na minha voz.

Magnus me encarava, seu rosto indecifrável.

"Por quê?", Leonardo questionou.

Abaixei os olhos e respirei fundo.

"Porque isso é o certo a fazer."

Leonardo cruzou os braços.

"Certo para quem?"

Engoli em seco, me preparando para dizer o que precisava ser dito.

"Magnus ainda tem um longo processo de recuperação e eu não sou a profissional mais indicada para acompanhá-lo", expliquei. "Estou emocionalmente envolvida e isso interfere no tratamento. Ele precisa de espaço."

Magnus bufou.

"Não me trate como um paciente qualquer."

Fechei os olhos por um instante, absorvendo a dor que aquelas palavras carregavam. Quando voltei a encará-lo, havia lágrimas se acumulando no canto dos meus olhos.

"Eu não estou tratando você como um paciente qualquer, Magnus", minha voz saiu mais firme do que eu esperava. "Estou tratando você como o amor da minha vida."

Os olhos dele se arregalaram, surpresos com minha confissão.

"E é por isso que preciso dar espaço", continuei. "Porque eu não posso forçar você a se lembrar. Não posso fazer a minha vontade nesse tratamento. Isso tem que ser no seu tempo."

Mordi o lábio com força, sentindo o gosto metálico do sangue na boca.

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