Leonardo)
A manhã havia sido intensa. A reunião no hotel tinha se arrastado por horas, cada detalhe técnico sendo exaustivamente discutido. Eu estava focado, atento a cada proposta de segurança reforçada para nossos empreendimentos. Meu objetivo era simples: tornar qualquer brecha impossível.
Não era apenas sobre os negócios. Era sobre minha família.
Magnus estava ao meu lado, mais calado do que o normal. Ele participava da reunião como conselheiro, mas sua mente parecia em outro lugar. Eu poderia ter perguntado, mas naquele momento, eu estava totalmente imerso no projeto.
"Se implementarmos este sistema de reconhecimento facial nos acessos principais, ninguém entra sem ser identificado. Isso inclui nossas propriedades particulares," um dos especialistas disse, girando a tela para exibir o protótipo.
Assenti, analisando a proposta. "E qual seria o tempo de resposta caso alguém tentasse burlar o sistema?"
"Imediato. Qualquer movimentação suspeita acionaria um protocolo de emergência," respondeu o técnico, confiante.
Tudo estava sendo planejado nos mínimos detalhes. Se eu tivesse controle total sobre a segurança, ninguém poderia machucar minha família de novo.
O telefone vibrou no bolso da minha calça. Ignorei. Estava no meio de algo importante.
Mas então, vibrou de novo. E de novo.
Franzi a testa.
Três chamadas seguidas.
Magnus mudou de posição na cadeira ao meu lado. Eu o vi espiar o próprio telefone e seu rosto ficou pálido.
Algo dentro de mim apertou.
Peguei o celular e vi o nome que piscava na tela: Segurança – Casa Martinucci.
Merda.
Atendi na mesma hora.
"Fale." Minha voz saiu afiada.
A resposta veio carregada de tensão.
"Senhor Martinucci, o senhor precisa voltar para casa. Agora."
Minha espinha gelou.
"Por que estão me ligando? O que aconteceu?"
Do outro lado da linha, hesitação. Isso só aumentou minha angústia.
"Senhor… é uma emergência."
Meu peito apertou. Amber. As crianças. Meu Deus, o que aconteceu?
Me levantei tão rápido que a cadeira arrastou pelo chão.
"Magnus, vamos."
Ele hesitou por um segundo, então assentiu e se levantou também. Sua expressão me incomodava. Ele sabia de algo. Mas por quê?
Fizemos o caminho até a garagem rapidamente. Meu coração martelava contra o peito.
"Fala logo, Magnus." Minha voz saiu como um trovão. "O que aconteceu?"
Ele passou a língua pelos lábios, evitando meu olhar.
"Não aqui," respondeu.
Minha paciência estava se esgotando. O carro arrancou com força, e minha perna balançava compulsivamente.
O caminho até a casa pareceu levar uma eternidade. Meus dedos cravavam no banco de couro enquanto tentava conter o pânico crescendo dentro de mim.
E então, quando viramos a esquina, vi.
Vi a movimentação.
Os seguranças indo de um lado para o outro. A tensão no ar.
O caos.
O carro parou bruscamente, e eu saí antes mesmo que ele desligasse o motor. Meu peito subia e descia rapidamente enquanto meus olhos varriam a cena freneticamente.
E então, no meio da confusão, meu coração congelou.
Amber.

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