Leonardo
O aeroporto nunca pareceu tão frio e estéril. O som dos anúncios abafados no alto-falante e o fluxo constante de passageiros se misturavam ao burburinho da minha própria mente, que gritava sem parar, me corroendo por dentro.
Bella ainda estava desaparecida.
E não havia nenhuma m*****a pista. Nenhuma ligação do resgate. Nenhuma informação. Apenas o silêncio sufocante que me dizia que eu estava perdendo o controle.
Minha perna balançava compulsivamente enquanto eu esperava. Cada segundo parecia uma tortura.
Eu sentia a pulsação forte em minhas têmporas, minha mandíbula estava travada. Eu nunca me senti tão impotente na vida.
"Leonardo."
Levantei a cabeça rapidamente ao ouvir a voz familiar da minha mãe. Ela e meu pai estavam ali, acabando de passar pelo portão de desembarque.
O olhar dela encontrou o meu e, em um segundo, ela soube.
Ela soube que não havia notícias. Que Bella ainda estava longe.
Minha mãe apressou os passos, e quando chegou perto, segurou meu rosto entre as mãos, seus olhos marejados.
"Nós vamos encontrá-la, Leo. Você precisa acreditar."
Afastei-me, passando as mãos pelo cabelo, tentando conter a onda de emoções que me atingia.
"Não há nada para acreditar, mãe. Não há nada além do vazio. Eu não sei onde minha filha está! Eu não sei o que estão fazendo com ela! Nenhuma m*****a pista que me leve até ela."
Meu pai colocou uma mão firme em meu ombro.
"Filho, não podemos perder a cabeça agora. Se ficarmos cegos pelo pânico, não vamos conseguir protegê-la."
Fechei os olhos por um momento, tentando absorver as palavras. Mas como eu poderia me acalmar?
Como eu poderia respirar, quando minha filha podia estar chorando e chamando por mim agora? Eu era seu protetor, seu príncipe e agora ela estava sozinha longe da minha proteção e do meu amor.
"Vamos para casa." Minha mãe sugeriu, a voz calma, mas carregada de urgência. "Precisamos estar juntos."
Assenti, mesmo que tudo dentro de mim estivesse gritando para eu fazer algo. Mas o quê? Eu não tinha um caminho, não tinha um alvo. Apenas essa espera agonizante.
O caminho até a mansão foi silencioso.
Ninguém falou nada.
O peso da preocupação pairava sobre nós como uma nuvem negra, sufocando qualquer tentativa de conversa.
Quando o carro parou, Magnus já estava na entrada, o rosto carregado, os olhos escuros.
"Alguma novidade?" perguntei antes mesmo de sair do veículo.
Ele apenas balançou a cabeça.
"Nada ainda."
Meu peito apertou.
Nós estávamos falhando.
Nós estávamos perdendo tempo.
E então, um detalhe se acendeu na minha mente.
Isso nunca foi um resgate.
Isso foi uma isca.
Minha respiração falhou. Meu corpo ficou rígido.
Se isso fosse realmente sobre dinheiro, sobre qualquer outro motivo além de algo pessoal… nós já teríamos recebido algum contato.
Isso nunca foi sobre Bella.
Isso foi sobre Amber.
O medo disparou dentro de mim.
Sem pensar, disparei para dentro da casa, meus passos ecoando pelo piso de mármore.
"Onde está Amber?" perguntei a um dos funcionários enquanto passava.
"Acho que está no quarto, senhor."
Eleonora, que estava atrás de mim, parou abruptamente.
"Eu vou ver como ela está."
Continuei caminhando de um lado para o outro pela sala, sentindo meu peito subir e descer pesadamente. Meu pai me observava em silêncio.
Minutos depois, Eleonora desceu as escadas, seu rosto pálido.
"Leonardo… Amber não está no quarto."
Meu coração parou por um segundo.

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