Leonardo
O celular vibrou em minhas mãos, mas desliguei a chamada, mantendo meus olhos fixos em Martina. Em um movimento rápido, ela bateu em minha mão, fazendo o aparelho voar longe.
"São seus filhos, não são?" sua voz tremia de fúria. "Aqueles bastardos são seus!"
O ofegar surpreso de Valéria e Lucius preencheu o silêncio tenso. Naquele momento, algo clicou em minha mente, e se eles fossem meus? E se ela já estivesse grávida quando? A incredulidade se abateu sobre mim, mas Martina não podia saber disso. Para protegê-los, eu precisava negá-los.
"Não, Martina," mantive minha voz firme, ignorando como cada palavra rasgava minha garganta. "Infelizmente, não são meus filhos. Embora eu adoraria que fossem."
"Mentiroso!" ela começou a esmurrar meu peito. "Eu posso te dar filhos, Leonardo. Eu posso..."
Segurei seus pulsos com força. "De você, Martina, a única coisa que quero é sua assinatura quebrando nosso contrato."
"Nunca!" ela se debateu. "Nunca vai se livrar de mim!"
"Vou sim, e será mais rápido do que imagina. Nem que para isso você tenha que passar um tempo atrás das grades."
Seu olhar assumiu um brilho assassino. Consultei meu relógio ostensivamente.
"Lucius, leve as malas dela para o carro e a deixe no aeroporto. A senhorita Ricci está de partida." ela bufou, puxando suas mãos de meu aperto.
"Não vai me dar seu jato particular?" ela riu sem humor.
"Óbvio que não. Você vai como conseguir. E sugiro que saia de Aspen rapidamente, antes que todas as mídias saibam do seu showzinho."
Ela cravou a unha vermelha em meu peito. "Você acabou de conhecer seu pior pesadelo, Leonardo Martinucci."
"Já conheço faz tempo," retruquei enquanto ela saía.
"Senhor..." Valéria, começou, "As crianças são suas?" suas palavras eram mais assustadas do que acusatórias. Sorri sem graça.
"Não sei, Valéria. De verdade. Não tenho a mínima ideia. Amber não se lembra de nada." ela se aproximou um pouco mais.
"Faça um teste de DNA, menino. Salve seus filhos daquele monstro. Você viu o que ela disse... ela é louca, senhor. Ela vai caçá-los, eles sendo ou não seus." engoli em seco, sabendo exatamente o que ela era capaz de fazer.
"Vou resolver isso." falei procurando meu celular, que voltou a tocar do outro lado da sala. Corri para pegá-lo, vendo o número do hotel.
"Senhor Martinucci," a voz da atendente estava tensa, "a hóspede que o senhor trouxe passou mal. Os enfermeiros a encaminharam para o hospital..."
"Como? O que aconteceu?" meu coração disparou enquanto eu corria para o carro.
"Ela desmaiou, senhor, as crianças começaram a gritar e..."
"E as crianças? Onde elas estão? Ela bateu a cabeça?" as perguntas saíam atropeladas.
"Estão com a gerente, senhor. E sim, ela bateu a cabeça quando caiu."
"Merda!" bati no volante. "Qual hospital?"
"Saint Mary's, senhor..."
Desliguei sem esperar resposta, jogando o celular no banco do passageiro. O Aston Martin rugiu quando pisei fundo no acelerador e pegando a estrada segundos depois.
Meu peito estava tomado pelo desespero. Parecia que todos os problemas tinham resolvido tomar conta da minha vida de uma vez só. "Sai da frente, imbecil!" gritei para um Sedan que se arrastava na minha frente. Buzinei freneticamente até ele dar passagem.
Meus dedos tamborilavam no volante enquanto eu esperava o sinal abrir. "Vamos, vamos..." Quando o amarelo surgiu, já acelerei, ignorando as buzinas indignadas.
"Porra!" desviei bruscamente de uma van que surgiu na esquina. Meu coração martelava contra o peito, cada segundo longe dela parecia uma eternidade.
Cortei três faixas de uma vez, xingando quando um taxista gesticulou irritado. "Foda-se!" gritei pela janela, ultrapassando pela direita.
Ela apenas virou o rosto, evitando meu olhar.
"Ela terá que ficar aqui por muito tempo?" pergunto ao médico, frustrado com a reação dela.
"Assim que o soro acabar. Mas precisa de repouso absoluto. Parece que a senhorita teve várias contusões extras nessa lesão." a olho intrigado.
"Foram apenas pequenos acidentes. Tenho filhos pequenos." ela falou sua voz baixa e rouca.
"Filhos? É mesmo?" o médico queria se aprofundar, mas não deixei.
"Eu garanto que ela ficará de repouso doutor. Apresse nossa alta, temos que voltar para o hotel."
"Sempre apressado, Leonardo." Ele assinou algo na prancheta dela, "Foi um prazer revê-la Amber." ele falou e ela me olhou curiosa.
Quando ficamos sozinhos, seus olhos encontraram os meus, curiosos.
"Ele me conhece?" concordei.
"Não desconverse. Por que não me avisou, Amber?" minha voz estava fria.
"Não era nada." aperto a cabeceira da cama.
"Nada?" me afastou, respirando fundo.
"Senhor, onde estão meus filhos?" me viro para ela colocando a mão no bolso.
"Estão sob o cuidado do meu pessoal."
"Preciso vê-los," ela sussurrou, seus olhos pesados lutando contra o sono que os remédios induziam.

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