Leonardo
Observei atentamente a mudança em seu olhar. O momento exato em que algo estalou em sua memória, fazendo seu corpo inteiro estremecer. A enfermeira se aproximou, preocupada, mas eu conhecia aquela expressão, não era febre que a deixava corada, era eu.
"Está tudo bem?" a enfermeira insistiu, mas Amber parecia perdida em suas próprias lembranças.
"Nos deixe a sós," ordenei, minha voz mais ríspida do que pretendia.
"Senhor, acho melhor chamar o médico. Mesmo que não seja febre..."
"Agora." O tom não deixava margem para discussão.
"Se ela piorar..."
"Você é surda?" falei e seus olhos se arregalaram, e ela saiu, não sem antes me lançar um olhar reprovador.
Me aproximei da cama, meu coração martelando contra o peito. "O que você lembrou, B?"
Ela cobriu o rosto com as mãos, mas pude ver seu sorriso por entre os dedos. A necessidade de tocá-la era quase dolorosa.
"O que estávamos fazendo?" me inclinei, roçando meus lábios em seu ombro exposto pela camisola do hospital. "Na sua lembrança?"
Seu ofegar suave era como música. Não resisti, beijei a curva de seu pescoço, sentindo seu pulso acelerar sob meus lábios. Eu precisava dela, mais do que qualquer outro dia. O olhar que ela me lançou, me deixou louco para tê-la de novo.
"Leonardo..." sua voz tremeu. "O que está fazendo?"
"Ajudando você a lembrar," segurei a lateral de seu pescoço, meus dedos se perdendo em seus cabelos enquanto continuava a trilha de beijos. "Era assim que você gostava, não era?"
Um gemido baixo escapou de seus lábios, enviando arrepios por minha espinha. "Me conte, B. O que você viu?"
"Por que me chama assim?" ela perguntou, sua voz rouca.
"Sempre gostamos de enigmas," rocei meus lábios nos dela, mas sem beijá-la. "Este será o primeiro que terá que resolver."
Seus olhos brilharam com o desafio. Quando ela apoiou a mão em meu peito, capturei seus dedos, levando-os aos meus lábios.
"Leonardo..." ela hesitou. "Isso é certo? Peter... ele ainda é meu noivo." Aquilo não me fez afastá-la, na verdade me deu ainda mais intento de fazê-la se lembrar de nós.
"Você o ama?" a pergunta saiu mais áspera do que pretendia. A simples menção dele me fazia querer quebrar algo.
"Não," ela respondeu após um momento. "Mas ele é o pai dos meus filhos." me afastei com o golpe de suas palavras. "E eu nunca os deixaria sozinhos com ele." voltei a segurar sua mão.
"E se não for?" as palavras escaparam antes que pudesse contê-las.
Ela concordou silenciosamente, se agarrando a mim em um abraço desesperado. Fechei os olhos, absorvendo seu calor, seu cheiro, a sensação de tê-la em meus braços novamente.
"Farei tudo voltar a ser como antes, eu prometo."
O médico entrou, quebrando nosso momento. "Oh sinto muito, se quiserem posso voltar depois." Neguei me afastando dela.
"Vá em frente, doutor."
Enquanto ele passava as instruções da alta, observei Amber, seus cabelos escuros que não combinavam com ela, seus olhos que guardavam tantos segredos, e pensei nas crianças. Em Louis, com sua testa franzida igual à minha. Em Bella, com aquele sorriso que eu conhecia tão bem. Eles eram meus? Enquanto eu não conseguisse tirar aquela dúvida de minha mente, eu não teria sossego.
Meia hora depois, estávamos no carro. Enquanto ela observava Aspen passar pela janela, tomei uma decisão silenciosa: independente do resultado do DNA, aquele era o meu dever, eu os protegeria.
"Para onde vamos?" ela perguntou, minutos depois.
"Para o hotel, as crianças já estão ansiosas para vê-la." ela sorriu e segurei sua mão boa a levando até meus lábios. "Amber, quero que me dê permissão." ela virou a cabeça de lado me encarando.
"Para quê?" ela questionou.
"Para que eu faça um exame de DNA nos picollinos."

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