Amber
"Um exame de DNA?" repeti suas palavras, sentindo meu coração apertar.
O sinal fechou, e Leonardo se virou para mim, seus olhos intensos. "Você está se lembrando aos poucos, não está? O que aconteceu no hospital... aquela reação..." ele hesitou. "Você se lembrou de nós."
Corei intensamente, desviando o olhar para a janela. As luzes da cidade piscavam através do vidro, mas tudo que eu via era aquela memória, seus lábios, suas mãos, a maneira como ele me fazia sentir.
"O que você lembrou exatamente?" sua voz estava rouca.
"Não... não posso falar sobre isso," murmurei, sentindo minhas bochechas queimarem ainda mais.
"Não pode ou não quer, B?" ele falou mais perto do meu ouvido, e me senti tremer inteira. O que eram aquelas reações que ele me fazia sentir?
"Não vou falar sobre isso, já disse, Léo." fale, arregalando os olhos por chamar ele por um apelido. O encarei, e seu sorriso voltava ao rosto. "Me desculpe, senhor Martinucci, eu não..."
"Você sempre me chamou de Léo quando estávamos a sós, não vejo problema nisso. Na verdade, eu gosto." o sinal abriu e ele voltou a dirigir, me dando um tempo para absorver mais uma informação sobre esse nós que eu não conhecia.
"Depois dessas lembranças," ele insistiu suavemente, "você ainda acredita na vida que Peter construiu para você?"
Levei as mãos à cabeça, sentindo uma confusão de pensamentos e emoções. "Não sei... está tudo tão embaralhado. Mas..." hesitei, olhando para ele. "Se existir uma possibilidade de Peter não ser o pai deles, preciso tentar. Porque se ele conseguir a guarda... eu volto com eles para a casa dele."
"Não!" Leonardo socou o volante com força. "Não vou deixar vocês voltarem para ele!"
"Você não entende," minha voz falhou. "Eu nunca deixaria meus filhos sozinhos com ele. Nunca. E se o juiz determinar, é o que eu posso fazer para mantê-los sãos e salvos."
"Então me conte," ele implorou, estendendo a mão para tocar meu rosto. "Me diga o que aconteceu. Podemos usar isso no processo."
Fechei os olhos com força, virando o rosto. Não queria lembrar, não queria reviver aquilo. Mas as memórias vieram mesmo assim, como uma avalanche...
"Parabéns, são dois bebês."
O aperto na minha mão, forte demais. O olhar de Peter, frio como gelo. O medo crescendo em meu peito enquanto o médico falava animadamente sobre meus bebês.
"Estou de quanto tempo, doutor?"
"Quase 3 meses."
O silêncio no carro. O som das chaves batendo na parede. Os gritos. O terror de ver tanto ódio direcionado às minhas crianças que nem tinham nascido.
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