Leonardo
"Vocês se parecem..." as palavras de Amber fizeram meu coração saltar. Era a primeira vez que ela verbalizava o que todos pareciam notar. Louis se virou em meus braços, suas sobrancelhas franzidas exatamente como as minhas quando estou confuso.
"O que foi, piccolo?" perguntei, ajeitando-o melhor em meu colo. Seus olhos curiosos estudavam meu rosto com atenção. Suas mãozinhas acariciando meu rosto.
"Magnus," chamei, uma ideia surgindo. "Tire uma foto nossa."
Enquanto Magnus posicionava o celular, ajeitei Louis em meu colo. O pequeno sorriu naturalmente, aquele sorriso que eu começava a reconhecer como meu próprio. Era surreal como até seus gestos pareciam espelhar os meus.
"Olha só que foto linda," Magnus entregou o celular para Louis, que segurou com suas mãozinhas pequenas, analisando a imagem com uma concentração adorável.
"É vedade!" ele exclamou, seus olhos grandes fixos na tela. "Nós somos iguais, tio Léo!"
Sorri, mas então ele completou inocentemente: "Queria que você fosse o meu papai."
O ar fugiu de meus pulmões. Puxei-o para um abraço apertado, enterrando meu rosto em seus cabelos macios, tentando controlar a emoção que ameaçava me dominar. "Eu também queria isso, pequeno. Eu também."
"Posso faze isso, mamãe?"
Percebi Amber se aproximando, o cansaço evidente em seu rosto pálido. A mão enfaixada ainda parecia inchada, e sua postura denunciava o desconforto.
"Fazer o que meu filho?" ela questionou, segurando a mão de Bella.
"Trocar de papai." ela arregalou os olhos em minha direção e Bella começou a dar pulinhos.
"Eu também quelo." Magnus deu uma risadinha, e me abaixei pegando a menina também, mantendo os dois em meus braços.
"Tem um jeito para isso." falei olhando para Amber, que estava com uma mão na cintura.
"Tem? Que jeito?" os dois pareciam intrigados.
"Precisamos fazer um exame. Tirar um pouquinho de sangue, se eles forem iguais, eu vou poder ser o pai de vocês."
"Vai doer?" Louis arregalou os olhos preocupados.
"Eu não gosto de sangue." Bella falou e os dois pareciam ter desistido da ideia.
"Vamos resolver isso depois, não é senhor. Martinucci." ela falou séria e concordei, descendo os dois de meu colo.
"Martina deixou bem clara sua obsessão," passei a mão pelo rosto, tenso. "E conhecendo Peter como conheço... ele é capaz de qualquer coisa para não perder o controle."
"Quando vai me contar o que realmente aconteceu entre você e Martina? Por que não a tira de uma vez de sua vida?" ele questionou, seu tom mais sério. "Todo esse mistério..."
"Não é o momento," cortei. "Agora só preciso organizar tudo e proteger minha família."
"Leonardo," ele apertou meu ombro, "está sendo precipitado. Sei que a semelhança é incrível, mas não pode basear tudo nisso. E se..."
"Não," mordi o lábio com força. "Não quero nem pensar nessa possibilidade. Vou provar que são meus filhos, Magnus. Preciso provar." Passei as mãos pelos cabelos, frustrado. "Preciso marcar uma reunião com Hobbins urgente e..."
Como se convocado por minhas palavras, meu celular vibrou - era ele.
"Hobbins," atendi, meu coração acelerando. "Estava mesmo pensando em te ligar..."
"Leonardo," sua voz estava tensa. "Peter acabou de conseguir a guarda das crianças e sabe que vocês estão em Aspen. O pedido já foi expedido, é questão de horas até que as autoridades cheguem até vocês"
O celular quase escorregou de minha mão. No quarto, ouvi as risadas de Louis e Bella misturadas à voz suave de Amber. Uma família. Minha família. E eu lutaria com todas as minhas forças para mantê-los seguros.
"Entre com o pedido de DNA. Estou certo de que essas crianças são minhas e não dele," instruí, minha voz controlada apesar da fúria crescente. "Vou processar esse filho da puta por cada marca que ele deixou nela. Por cada lágrima que fez meus filhos derramarem. A guerra que ele quer?" olhei para Magnus, que assentiu em compreensão. "Ele vai ter."

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