Entrar Via

Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 50

Leonardo

Algo estava errado. Mesmo de longe, podia sentir a mudança em Amber. Era mais que a tensão natural da situação, havia algo novo em seus olhos, algo que não estava lá minutos atrás.

"Vou arrumar nossas coisas," ela disse, evitando meu olhar. "As que vieram conosco. O resto deixamos aqui."

"Não," cortei, entrando no quarto e a encarando de perto. "Tudo que comprei é para vocês. São presentes. Se não levarem, jogarei fora."

"Viu, mamãe?" Louis sorriu. "São nossos!"

O olhar que ela lançou em minha direção foi quase hostil.

"Obrigada!" Ela falou, mas sua postura denunciou, mais do que ela queria falar. "Em quarenta minutos estaremos prontos," foi tudo que disse antes de se virar para as malas.

Saí do quarto, mas a inquietação me seguiu. O que tinha acontecido? O que ela tinha lembrado?

Peguei o celular, discando rapidamente. "Magnus?"

"Sim, senhor?"

"Mudança de planos. Não vamos para minha casa. Leve-nos para o Villa Eleganza."

"Mas senhor, a outra residência não seria mais..."

"Você me disse que Martina ainda está no país," cortei. "Não quero arriscar. Quanto mais gente, mais proteção. Em minha casa Martina teria mais chances do que no meu hotel."

"Compreendo. Deixarei tudo pronto."

Quando eles saíram do quarto com as malas, não pude conter um sorriso. Ver Bella e Louis saltitando, suas pequenas mãos segurando os presentes que dei... era como um sonho se materializando.

"Agora vai ser diferente," murmurei, mais para mim mesmo que para eles.

Peguei as mãos das crianças enquanto Magnus cuidava das malas. No elevador, elas não paravam de falar, contando histórias uma em cima da outra, mas Amber... Amber parecia estar em outro lugar, seus olhos perdidos em algum ponto distante.

No carro, deixei Lucius dirigir enquanto me sentava no banco da frente. Precisava me concentrar.

"Senhora Amber!" Lucius sorriu pelo retrovisor. "Que bom vê-la bem!"

"Lucius!" sua voz se suavizou. "Senti sua falta. Como está Valéria?"

"Muito bem, graças a Deus. Ela vai ficar feliz em saber que a senhora se recuperou."

"Quase." ela ergueu a mão enfaixada e ele sorriu.

"Mas sua aparência está melhor do que antes." ela corou. "Vejo que o sr. Martinucci cumpriu sua promessa." ele falou, e ela se virou para mim, mas não disse nada, apenas ignorando aquele comentário do meu motorista.

Enquanto eles conversavam amenidades, me concentrei nas mensagens para minha equipe de segurança. Cada detalhe precisava ser perfeito. Não podia haver uma única brecha, um único erro.

Tudo parecia perfeito, desde o aeroporto até a chegada ao hotel, seríamos escoltados e dois sempre ficariam no andar onde eles estariam.

"Tio Léo?" Louis me chamou, e me virei para ele.

"Sim, piccolo?" ele sorriu e fiz o mesmo.

"A gente pode come sovete quando chega na sua casa?"

"Louis?!" Amber o repreendeu. "O que a mamãe falou de ficar pedindo as coisas." eu a olhei e voltei minha atenção para ele.

"O que se lembrou?" tentei manter a voz firme, mas o medo me consumia por dentro.

Ela desceu um degrau, ficando mais próxima. "Eu... me lembrei de algo," sua voz tremeu. "Não é uma lembrança boa."

"Que lembrança, Amber?" minha garganta ficou seca. Por favor, que não seja...

"Com licença," a voz da comissária cortou o momento. "As crianças estão chamando pela senhora Amber."

Ela se afastou rapidamente, subindo as escadas sem olhar para trás. A observei se afastar, cada passo dela ecoando como uma sentença. Como eu poderia protegê-la se nem ao menos sabia do que ela tinha se lembrado?

"Senhor?" Magnus tocou meu ombro. "Peter acabou de fazer uma movimentação suspeita."

"Que tipo de movimentação?"

"Seu carro foi visto perto do hotel."

"Quem sabe que estamos voltando?" o encarei e ele entendeu o recado, subindo na aeronave.

Entrei no jato, minha mente estava um turbilhão. Na cabine, Bella dormia no colo de Amber, enquanto Louis brincava com seu dragão.

"Tio Léo?" Louis chamou baixinho. "Você pomete que vai cuida da gente?"

"Sempre, piccolo," respondi, engolindo o nó na garganta. "Sempre."

O jato começou a taxiar, e com ele, a certeza de que dessa vez seria diferente. Dessa vez eu não deixaria Peter vencer.

Mesmo que para isso, eu tivesse que enfrentar não só ele, mas também os fantasmas do passado que começavam a despertar na memória de Amber.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Os Gêmeos inesperados do CEO