Leonardo
Eu não via a hora de ficar a sós com Amber. Desde o momento em que ela passou pela porta da suíte, algo dentro de mim despertou. Era como se o tempo tivesse voltado, como se ela finalmente tivesse retornado para mim. Aquele tom de vermelho que tanto me fascinou desde o primeiro dia, aquele jeito de andar que demonstrava sua força, mesmo quando estava vulnerável.
Os gêmeos começaram a demonstrar sinais de sono durante o jantar, e não hesitei em iniciar nossa rotina noturna. Era estranho como aquilo parecia tão natural agora, eu, ajudando a colocar as crianças na cama, dando instruções precisas às babás sobre a noite.
"Boa noite, principessa," beijei a testa de Bella, ajeitando seu cobertor. Ela sorriu sonolenta, seus olhos já quase fechando.
"Boa noite, piccolo," repeti o gesto com Louis, que lutava bravamente contra o sono.
"Boa noite, tio Léo," suas vozes sonolentas se misturaram, me fazendo sorrir.
As babás do turno noturno assumiram seus postos com eficiência profissional, mas não deixei de notar como Amber se tensionou. Seu desconforto era palpável, crescendo a cada instrução que eu dava.
Assim que chegamos à sala, ela explodiu:
"Por que está colocando tantas pessoas para cuidar deles? Está terceirizando minha função de mãe?"
Havia tanta dor em sua voz, tanta insegurança mal disfarçada. A antiga Amber nunca demonstrava suas vulnerabilidades tão abertamente. Mas essa Amber... essa que Peter moldou através do medo e da manipulação, carregava suas feridas como um escudo.
"Não é isso," comecei, mas as palavras morreram em minha garganta.
Como explicar que cada babá foi escolhida não só por sua competência, mas também por sua capacidade de protegê-los? Como dizer que cada pessoa naquela suíte estava ali não para substituí-la, mas para garantir que ninguém mais a separasse dos filhos?
Mas olhando para ela agora, com aquele fogo nos cabelos e aquela determinação no olhar, percebi que palavras não seriam suficientes.
Era hora de mostrar à Amber quem ela realmente era.
Me aproximei lentamente, como se ela fosse um animal assustado que eu não quisesse afugentar. Seus olhos se arregalaram levemente quando percebeu minha intenção, mas não recuou. Não dessa vez.
Quando a pressionei contra a parede, seu corpo inteiro tremeu. Não era medo, eu conhecia bem demais suas reações para confundir. Era antecipação. Desejo. O mesmo que corria em minhas veias toda vez que ela estava perto.
"Leonardo..." seu sussurro saiu entrecortado.
Enrolei uma mecha de seu cabelo entre meus dedos, fascinado pelo modo como a cor parecia viva sob a luz suave da sala. Seu perfume natural se misturava aos produtos do salão, criando uma fragrância única que me deixava inebriado. Que me fazia lembrar de tantas outras noites...
Ela tentou se afastar, mas a mantive no lugar, segurando seu rosto entre minhas mãos. "Bayer, Bayer... agora sim é você, em toda sua glória."
Seus lábios se entreabriram em surpresa, e não resisti mais. A beijei com toda a urgência acumulada, todo o desejo reprimido. Suas mãos, que inicialmente tentavam me afastar, agora me puxavam para mais perto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Os Gêmeos inesperados do CEO