Leonardo
Assim que chegamos no hotel, tive que mandar que tanto Amber quanto as crianças saíssem escoltadas e cobertas pelos ternos dos seguranças. Uma leva de repórteres e paparazzis já nos esperavam.
"Foi igualzinho no desenho..." Bella falou rindo assim que entramos na suíte."
"Somos cebelidades." Louis falou e todos acabaram rindo.
"Crianças, fiquem com as babás. Sua mãe e eu precisamos conversar." eles me olharam um pouco impactados pelo timbre mais firme da minha voz, mas não questionaram.
"Preciso que você venha comigo," falei assim que as babás as levaram para o quarto.
"Agora?"
"Agora." minha voz não deixava espaço para discussão. "Precisamos intervir antes que as palavras de Calton se tornem verdades absolutas na cabeça das pessoas."
"Eu não acho..." mas a interrompi segurando sua mão e a levando para fora da suíte. Ela não tinha noção da gravidade da situação.
O trajeto até meu escritório foi silencioso. Layla já nos esperava, sua expressão tensa denunciando que a foto já estava em circulação.
"Senhor Martinucci," ela se levantou. "O Dr. Hobbins está em outra reunião, mas confirmou a coletiva de imprensa para daqui a duas horas. Ele estará presente."
"Ótimo." me virei para Amber, que parecia perdida na situação que nos encontrávamos. "Sente-se."
"O que está acontecendo? Por que está agindo assim?"
Respirei fundo, escolhendo minhas palavras. "O quanto você ama seus filhos?" analisei seu semblante, mudando instantaneamente de confuso para selvagem.
"Que tipo de pergunta idiota é essa?" ela se inclinou em minha direção.
"Não é idiota," mantive minha voz calma. "Quero saber o quanto você está disposta a se expor por eles." meus olhos analisavam cada nuance dela.
Ela olhou para Magnus e Layla, que desviaram o olhar. "O que você está planejando, Leonardo? Não estou gostando nada dessa conversa."
"Amber," chamei sua atenção de volta. "É hora de trazermos sua história à tona. Fazer todos questionarem quem Peter Calton realmente é."
"O quê?" ela empalideceu. "Você quer expor tudo? Assim?"
"Não tudo," esclareci. "Não vamos revelar o nome das crianças nem o teste de DNA. Apenas como ele manipulou você, roubou sua identidade..."
Ela se levantou abruptamente da cadeira, andando pela sala como uma leoa enjaulada, seus dedos apertando e soltando a barra da blusa enquanto tentava processar tudo aquilo. De repente, parou no meio do caminho, seus ombros tensos denunciando sua decisão antes mesmo das palavras saírem. "Não. Não posso fazer isso."
"Do que você tem medo?"
Seu olhar era puro fogo quando se virou para mim.
"Magnus, Layla," chamei sem desviar os olhos dela. "Nos deixem a sós. E mantenham a coletiva agendada."
"Não!" Amber protestou. "Cancele isso. Não vou fazer isso. Você não vai expor meus filhos."
"A coletiva está mantida," minha voz era firme. Me levantei apoiando as mãos na mesa.
Assim que a porta se fechou, me aproximei dela. "Agora me diz, do que você realmente tem medo?" Ela se afastou, repelindo meu contato.
"Você não sabe o que vivemos, não sabe nada sobre nós. Agora está aqui querendo que eu e meus filhos...que nós mostremos nossa dor ao mundo...
"O juiz já deu causa ganha?" ela se aproximou, desafiadora. "Já temos a decisão na mão?"
"Falta pouco..."
"FALTA POUCO?" ela explodiu. "Esse 'pouco' é tudo que ele precisa pra tomar meus filhos! Você está sendo completamente irresponsável!"
"B..."
"Não!" ela me empurrou. "Você está brincando com a vida das MINHAS crianças! Se algo acontecer a eles," seu dedo apontava para meu peito, seus olhos faiscando, "se Peter conseguir tirá-los de mim por causa da sua prepotência, você vai conhecer uma Amber que você nunca imaginou existir."
"Está me ameaçando?"
"Estou te avisando," ela se aproximou tanto que pude sentir sua respiração. "Você pode ser o todo poderoso CEO da MGroup, pode ter todo o dinheiro do mundo, mas se minhas crianças sofrerem por causa dos seus jogos de poder..." sua voz falhou. "Eu acabo com você, Leonardo. E dessa vez, não vai ter memória perdida que me impeça."
O silêncio que seguiu era pesado como chumbo. Nos encaramos por longos segundos, ambos respirando pesadamente.
"Cancele a coletiva," ela ordenou, se dirigindo à porta.
"Não."
Ela parou, sua mão na maçaneta. "Se fizer isso, não vou te perdoar."
"Você já não me perdoou uma vez," as palavras saíram antes que eu pudesse contê-las. "O que é mais uma?"
O olhar que ela me lançou antes de sair era um misto de mágoa e fúria que me atingiu como um soco.

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