Leonardo
O estrondo da porta fez com que eu me soltasse na cadeira, esmurrando o apoio do braço.
"Mulher teimosa!" esbravejei, irritado por sua postura. "Eu não preciso da Amber teimosa agora." joguei minha cabeça para trás, sentindo o peso daquele embate.
Eu queria entender o que ela sentia, mas agora não era o momento para ser emocional. Calton estava ganhando espaço com a midia, que se compadecia de sua narrativa vitimista. Eu tinha que agir, ou os perderia de novo.
"Foi a decisão certa?" perguntei a Magnus, assim que ele entrou na sala.
"Calton está jogando sujo, senhor. Precisamos mostrar que também sabemos jogar."
Concordei, mas o olhar magoado de Amber não saía da minha mente. Por que ela não confiava que eu sabia o que estava fazendo?
"Ela vai me perdoar quando perceber que isso vai garantir que ele fique longe e que tenhamos um pouco de paz." ele se aproximou e se apoiou na cadeira a frente de minha mesa.
"E fará Martina acreditar que não há qualquer envolvimento entre vocês." concordei.
"Manterei os dois afastados até que o DNA chegue. Depois penso no que fazer."
"Aqui, Hobbins acabou de enviar." ele me passou o discurso e o encarei.
"Me deixe sozinho. Preciso me preparar para isso. Não me passe nenhuma ligação. Eu não estou disponível para ninguém até que essa coletiva acabe."
"Claro chefe." ele saiu da sala e fiquei olhando a porta por algum tempo. Puxei meu celular e abri a galeria de imagem, parando em uma foto onde os 3 estavam rindo e os analisei.
"É por vocês." reafirmei desligando o celular e focando no discurso.
Passei as próximas horas revisando as orientações de Hobbins, cada palavra precisava ser calculada. Um erro e tudo desmoronaria.
"Está na hora," Hobbins apareceu na porta, sua expressão séria refletindo a gravidade do momento. "Os repórteres já estão esperando." Me levantei devagar, ajustando o terno. Cada passo que dei em direção à porta carregava o peso da minha posição, do poder que eu sabia que corria em minhas veias. Não era apenas Leonardo naquele momento, era o CEO da MGroup, o homem que destruiria qualquer um que tentasse machucar sua família. E pela primeira vez desde que toda essa história começou, me senti verdadeiramente pronto para resolver aquela situação.
"Magnus," chamei antes de entrar na sala de conferências. "Fique com eles."
O flash das câmeras me cegou momentaneamente quando entrei. O burburinho cresceu, dezenas de mãos se erguendo com perguntas sobre escândalos e traições.
"Senhoras e senhores," minha voz no microfone silenciou a sala. "Farei apenas uma declaração. E sugiro que prestem atenção nas regras que seguirão, ou arcarão com as consequências."
Ajustei meu terno, sentindo o peso de cada palavra que viria a seguir.
"Há três anos, uma de minhas funcionárias mais competentes e diretora da MGroup desapareceu após uma reunião. Amber Bayer era especialista em segurança digital, uma profissional brilhante que sob minha direção e acompanhamento, transformou a segurança de dados da minha rede hoteleira a mais invejada do país."
"Infelizmente, essa não é uma pergunta que posso responder, mas acredito que ela é movida pela foto tirada em uma sorveteria hoje cedo. Apenas entendam que essas pessoas estavam em carcere privado e que qualquer coisa é novidade para elas, então, sim, eu estou proporcionando normalidade a eles e peço que respeitem isso."
"Por que só agora o senhor decidiu se manifestar?"
"Porque há limites até para minha paciência. E ameaçar crianças ultrapassa todos eles."
"Existe alguma conexão entre o desaparecimento da Srta. Bayer e o incidente envolvendo o nome da sua família há alguns anos?"
Meu sangue gelou, mas mantive a expressão neutra. "Vocês são inacreditáveis. Está coletiva está encerrada."
Saí do palco enquanto os repórteres gritavam mais perguntas. Me sentia satisfeito, tinha plantado as sementes certas nas mentes certas.
Mas minha satisfação durou apenas até encontrar Magnus no corredor. Seu rosto estava enfurecido.
"Senhor..."
"O que aconteceu?"
"A Srta. Bayer... ela tentou fugir com as crianças."

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