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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 76

Leonardo

O silêncio que seguiu os tiros parecia irreal depois do caos. O restaurante luxuoso, que minutos antes era um símbolo de poder e elegância, agora estava mergulhado em destruição. Os cristais dos lustres estavam em milhares de fragmentos espalhados pelo chão, misturando-se aos cacos dos pratos e taças quebradas.

"Você está bem?" perguntei a Martina, ainda cobrindo seu corpo com o meu. Suas mãos apertavam meu braço com força, seus dedos finos tremendo contra o tecido do meu terno.

Ela ergueu os olhos para mim, o rosto pálido, destacando ainda mais a maquiagem perfeita. Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha quando sussurrou: "Você... você está sangrando."

Foi só então que a dor se fez presente. Como uma onda violenta, atravessou meu braço esquerdo, fazendo minha visão escurecer por um momento. O sangue manchava meu terno, pingando no mármore branco em um contraste assustador.

Me afastei dela devagar, a adrenalina baixando e dando lugar a uma dor que parecia queimar cada nervo do meu corpo. Apoiei-me em uma cadeira caída, tentando manter o foco enquanto o mundo girava.

"Chefe!" a voz grave de Magnus cortou o ar. Em segundos ele estava ao meu lado, seus olhos experientes avaliando o ferimento. "Precisa de atendimento imediato."

"Faça alguma coisa!" Martina gritou, sua voz estridente ecoando pelo ambiente destruído. "Ele precisa de um médico agora!"

O caos se instalou novamente, seguranças gritando ordens, garçons correndo com toalhas, hóspedes em pânico. Mas minha mente só conseguia pensar em uma coisa: no último andar, Amber e as crianças estavam sozinhos. Teriam ouvido os tiros? Bella estaria assustada? Louis teria se escondido?

Não podia perguntar, não com Martina ali. Quanto mais ela se mantivesse focada em mim, melhor para todos.

A dor aumentava a cada segundo enquanto me levavam para o hospital. O pronto-socorro era um borrão de luzes fortes e vozes urgentes. Deitado na maca fria, senti o suor gelado escorrer por minha testa enquanto os médicos cortavam meu terno.

"Direto para a sala de emergência." ouvi alguém gritar, mas eu só queria conversar a sós com Magnus.

"Foi só de raspão?" perguntei, minha voz mais fraca do que gostaria.

"Não. Tem buraco de entrada, mas não de saída. Vou pedir um raio-x."

O corre corre continuava, e logo o resultado veio.

A palavra escapou sem que eu percebesse, mas era verdade. Em algum momento, aquelas três pessoas tinham se tornado minha família. Magnus sorriu levemente, entendendo o peso daquela confissão não planejada.

"Não se preocupe com nada. Eles não ficarão bem, eu juro a você." agradeci, trincando os dentes com a dor que persistia. Alguns momentos depois, duas enfermeiras entraram no quarto e me despedi dele, sendo levado para o centro cirúrgico.

A equipe médica já me aguardava, com os equipamentos e luzes ofuscantes. O anestesista começou a preparar as medicações enquanto uma enfermeira limpava meu braço.

"Vamos começar a indução anestésica," o médico avisou. "Preciso que relaxe e conte de trás para frente, começando do dez."

Fechei os olhos, sentindo o medicamento gelado entrando em minhas veias. Mas antes de começar a contagem, meus pensamentos voaram para o Villa Eleganza. Para o andar mais alto, onde três corações batiam sem saber que eram, agora mais do que nunca, o motivo da minha luta.

Calton tinha sido ousado em sua tentativa. Primeiro a faca e agora tiros. O desespero estava cada vez mais evidente em seus atos, e como um bom estrategista, eu sabia, os piores erros vêm do desespero, e ele estava claramente á beira do abismo.

"Dez... nove... oito..." minha voz foi sumindo enquanto a escuridão chegava. Mas mesmo inconsciente, meu último pensamento foi claro como cristal: dessa vez, ele não escaparia.

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