Peter
"Leonardo Martinucci, atingido! Finalmente, aquele bastardo sentiu o gosto do medo!" A gargalhada ecoou antes que eu pudesse contê-la. Reclinei-me na cadeira de couro, cruzando os pés sobre a mesa. Cada detalhe da notícia era um presente.
Moris, meu advogado, me encarava do outro lado da mesa de mogno, seu rosto franzido em preocupação. Mas eu não me importava, a sensação de vitória corria em minhas veias como champanhe.
"Que dia glorioso!" bati na mesa, fazendo os porta-retratos tremeram. "Aquele bastardo está pagando por ter me deixado algumas horas na cadeia. Algumas horas! Como ele ousa?"
"Senhor Calton," Moris ajeitou a gravata, claramente desconfortável. "Como vamos lidar com a imprensa? Os repórteres vão..."
"Vão o quê?" cortei, ainda sorrindo. "Achar que fui eu? E daí? Esse é seu problema, Moris. Seu e da assessoria. Resolva e outra quem pode provar qualquer coisa? Ele levou um tiro. Não fui eu quem puxou o gatilho."
"O ideal seria o senhor sair da cidade por alguns dias até que..."
"Não!" bati na mesa novamente, me inclinando para frente. "Está louco? Esse é o momento perfeito! Todos estarão ocupados demais com o CEO playboy no hospital para prestarem atenção em nós."
"Senhor, não acho que..."
"Claro que não acha," ri, pegando meu celular. "Você não sabe de nada, Moris. De nada!"
Disquei rapidamente o número de Richard. Enquanto esperava, observei pela janela do escritório a cidade que se estendia lá embaixo. Em algum lugar, Amber e aquelas crianças estavam escondidos, protegidos por Martinucci. Mas não por muito tempo.
"Richard? Quero alguém no Villa Eleganza agora. Amber e as crianças são prioridades, traga-os para mim." fiz uma pausa, ouvindo seus protestos. "Não me importa como! Não aceito falhas dessa vez. Proteção é um mito, Richard," murmurei, meus olhos fixos na vista da cidade. "É só uma questão de quebrar a corrente certa."
"Senhor, eu preciso dizer que..." ergui a mão para Moris.
"Você é o quê?" coloquei o celular no bolso e caminhei até ele. "Um homem ou um verme?" me apoiei nos braços da cadeira. "Eu já falei que os quero de volta e não importa como." meu rosto chegou bem perto do dele.
A porta do escritório se abriu com força e me afastei arrumando meu terno. Owen, meu sócio, entrou apressado, seu tablet na mão.
"Peter, está em todos os lugares," ele girou a tela para mim. "Blog do Garcia, Fofocas da Elite, todos! E você é o primeiro suspeito."
Ri alto, jogando a cabeça para trás. A luz do final da tarde entrava pelas janelas enormes, criando sombras dramáticas no escritório luxuoso.
Owen e Moris trocaram olhares preocupados. Não me importei, que pensassem o que quisessem. Voltei à janela, observando o sol se pôr atrás dos prédios.
"Richard já deve ter enviado alguém," sorri, vendo as primeiras estrelas aparecerem. "Logo, muito logo..."
"As manchetes vão piorar," Owen advertiu, mostrando mais notícias em seu tablet.
"Deixem piorar," dei de ombros, servindo uma dose de whisky. "Quanto mais focados estiverem em mim como suspeito do atentado, menos verão o que estou realmente fazendo."
Ergui o copo, admirando o líquido âmbar contra a luz. Martinucci achava que podia me derrotar? Que podia me humilhar publicamente e sair ileso?
"Saiam," ordenei aos dois homens. "Tenho ligações para fazer."
Quando a porta fechou, permiti que meu sorriso se alargasse. Aquele tiro tinha sido apenas o começo. Logo, muito logo, Amber e as crianças estariam de volta, e Martinucci aprenderia que com Peter Calton, ninguém brinca.
"Apenas o começo," murmurei para o escritório vazio, saboreando cada gole de whisky como se fosse vitória líquida. O que Leonardo começou... seria eu quem terminaria.

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