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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 80

Amber

O relógio do meu celular marcava, 4:30 da manhã, mas eu não tinha conseguido dormir um minuto sequer. Passei a noite toda andando de um lado para outro na sala, checando as crianças a cada meia hora, como se elas pudessem desaparecer a qualquer momento e pensando em como o Leonardo estava. Eu queria poder fazer mais, queria estar lá, mas eu era a responsável por tudo. Se fosse até o hospital, traria mais problemas.

Quando o telefone de Magnus tocou, meu corpo inteiro ficou em alerta. Me levantei do sofá num pulo, meu coração disparando no peito.

"Sim, chefe."

A voz grave de Magnus fez minhas pernas fraquejarem de alívio. Era ele. Leonardo estava acordado.

"Claro, está tudo sob controle." ele me olhou e tentei conter minha ansiedade.

"Posso falar com ele?" sussurrei, me aproximando. "Por favor..."

Magnus ergueu a mão pedindo um minuto. Fiquei ali, pulando praticamente de um pé no outro, até que ele suspirou.

"Ele está tentando fazer Martina sair do quarto," explicou baixinho. "Aguarde um momento."

Meu coração apertou. Martina. Claro que ela estaria lá, era a noiva dele afinal. Enquanto isso eu estava aqui, escondida, sem poder...

"Amber," Magnus me estendeu o celular, interrompendo meus pensamentos. "Ele quer falar com você."

Minhas mãos tremiam quando peguei o aparelho. "Leo?" minha voz saiu embargada.

"Não tenha medo," sua voz era suave, mesmo que um pouco rouca. "Está tudo bem agora."

As lágrimas que eu tinha segurado a noite toda começaram a cair. "Ah Leonardo, você não pode fazer isso comigo..."

Ele riu baixinho, o som aquecendo meu peito. "Mas eu não fiz nada, B." um sorriso fácil tomou meu rosto.

"Como você está?" limpei o rosto com as costas da mão.

"Com dor," admitiu. "Mas vou sobreviver."

"É bom mesmo," funguei. "Bella vai ficar horrorizada quando souber que o príncipe dela se machucou de novo."

Sua risada foi mais forte dessa vez. "Não conte a eles ainda. Deixe que eu mesmo explique quando voltar."

"E quando vai ser isso?" me encolhi no sofá, segurando o telefone como se fosse meu único elo com a realidade.

"Em breve," prometeu. "Como eles estão?"

"Dormindo. Nem perceberam a confusão," mordi o lábio. "Quando acordaram a tarde, falei que você está em reunião."

"Isso, mantenha assim, não temos por que assustá-los à toa." sua voz parecia cansada.

"À toa. Eu estou realmente preocupada com você. Calton está louco." joguei minha cabeça para trás ouvindo sua respiração forte.

"Ele sempre foi, docinho, as pessoas só não sabiam." mordi o lábio, cogitando meu pedido.

"Deixa eu ir te ver? Só um pouquinho..."

"Não," sua voz ficou séria. "É muito perigoso, B. Preciso que fique aí, segura com as crianças. Não quero que o que aconteceu comigo aconteça com vocês."

"Mas eu quero ajudar, quero cuidar de você..." a necessidade gritava em cada célula do meu corpo.

"Está ajudando ficando protegida," ele falou com carinho. "Magnus está cuidando de tudo aqui."

"Ele me ligou...logo...logo depois." ele rosnou. "Esquece, não deveria ter te falado nada."

"Não quero que esconda essas coisas de mim. O que ele disse?" sua voz estava mais intensa.

"Só ameaças, Magnus falou com ele." aquilo pareceu acalmá-lo.

"Bom, pelo menos ele sabe que você não está desprotegida. Com meus pais na cidade, ficará ainda mais difícil ele se aproximar de nós." respirei fundo. Tentando assimilar tudo e por alguns segundos ficamos em silêncio apenas ouvindo a respiração um do outro.

"B.?"

"Sim?"

"Não se preocupe com Martina. Ela está aqui, apenas para ficar longe de você."

Antes que pudesse responder, ouvi vozes ao fundo.

"Preciso ir," ele disse rápido. "Cuide-se. E diga aos pequenos que... que sinto falta deles."

"Também sentimos sua falta," sussurrei, mas ele já tinha desligado.

Entreguei o celular de volta para Magnus, me sentindo mais leve e mais pesada ao mesmo tempo. Leonardo estava bem, estava acordado, mas ainda assim tão longe...

"Ele vai ficar bem," Magnus garantiu, vendo minha expressão.

Assenti, olhando pela janela, o céu tão escuro quanto o medo que se apoderava de minha alma.

E em algum lugar dessa cidade, em um quarto de hospital, estava o homem que tinha virado meu mundo de cabeça para baixo. De novo.

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