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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 84

Amber

"Me apoie, querida," Nonna Rosa pediu enquanto caminhávamos até o carro. "Essas pernas não são mais as mesmas de quando eu dançava tarantela."

"Claro, senhora." ela me deu um tapinha na mão.

"Já falei, nonna. Me chame de nonna, afinal você agora é da família." A encarei por alguns segundos, mas não questionei.

Magnus nos esperava junto ao veículo, e seu sorriso se alargando ao ver a senhora.

"Magnus, bello!" ela exclamou. "Está cada dia mais bonito! Se eu fosse quarenta anos mais jovem..."

"Nonna!" não consegui segurar o riso, logo cobrindo a boca envergonhada.

"Não se preocupe," Magnus piscou. "Ela sempre tenta me seduzir."

"E um dia consigo!" ela declarou, entrando no carro com nossa ajuda.

"Eu é que não dou conta, Nonna." ele falou piscando para mim, e me senti acolhida por aquele momento de descontração entre os dois. Leonardo nunca tinha me dito que sua família seria assim, ou será que apenas Nonna Rosa era tão divertida?

Depois que nos acomodamos, seus olhos astutos se voltaram para mim, brilhando com uma curiosidade que me lembrou Leonardo.

"Então, me conte sobre meus bambini. Nomes, idades, tudo!"

"Bella e Louis," respondi, sentindo aquele calor familiar no peito que sempre surgia quando falava deles. "Têm dois anos e três meses, quase quatro."

Respirei fundo, as palavras escapando antes que pudesse contê-las. "São crianças adoráveis, mas já passaram por tanto... Nesses últimos tempos, tudo virou um pesadelo. E agora Leonardo está machucado por nossa causa."

"Por causa daquele mostro, você quer dizer," ela corrigiu suavemente, sua mão cobrindo a minha.

"Sim, mas..." mordi o lábio. "Eu nem sabia quem eu era até Leonardo me encontrar. Ainda não sei muita coisa, na verdade. Às vezes me pergunto se não estou trazendo mais problemas que soluções para a vida dele."

"Ah, querida," ela apertou minha mão. "Pela primeira vez em anos, vejo vida nos olhos do meu neto. Você não trouxe problemas, trouxe ele de volta para nós."

"Eu não sei nem o que dizer... eu..."

"Você acha que eles são do meu Leonardo?"

Mordi o lábio, pensativa. "Cada dia que passa, parece fazer mais sentido. Mas não quero criar esperanças antes do teste..."

"Então deixe que eu descubra," ela segurou meu braço com surpreendente força. "Não preciso de teste nenhum. Conheço um Martinucci a quilômetros de distância. Logo saberei."

Concordei apenas para não contrariá-la, mas meu coração pesou. E se fossem de Peter? Como lidar com essa dor?

Quando chegamos, fomos recebidas por uma pequena multidão de funcionários, todos sorrindo ao ver Nonna Rosa. Era impressionante como ela conhecia cada um pelo nome, distribuindo palavras carinhosas em italiano enquanto caminhávamos.

"Maria! Come stai, bella? (Como está, querida?)" ela chamou uma das governantas. "Seu filho melhorou daquela gripe?"

"Sim, senhora Rosa," a mulher respondeu radiante. "Graças àquela receita de sopa que a senhora me ensinou."

"Claro que sim! Receita da minha nonna, nunca falha," ela piscou, antes de se voltar para mim. "Agora, onde estão meus possíveis tesouros?" ela mal tinha se posicionado na sala quando ouvimos:

"Mamãe!"

Bella e Louis vieram correndo, seus rostinhos iluminados. Me abaixei para abraçá-los, sentindo seus beijinhos estalados.

"Cadê o tio Leo?" Louis perguntou, antes de notar nossa visitante.

"Ele está tisti com a gente?" Bella falou, sentida.

"Tesouro? Posso brincar também?"

"Sim!" Louis se animou. "Vai ser muito legal!"

"E o que eu tenho que fazer nesse jogo do tesouro?" Nonna Rosa perguntou, seus olhos brilhando com a mesma empolgação das crianças.

"Tem que pocula as coisas econdidas!" Louis explicou animado.

"E tem um mapa!" Bella completou, pulando de empolgação. "A gente faz o mapa, né Louis?"

"Sim! Com X onde tá o tesouro!"

Nonna Rosa bateu palmas, deliciada. "Mamma mia! Que aventura! Mas..." ela fez uma cara séria que logo se transformou em sorriso, "essa velha aqui vai precisar de ajuda. Quem pode ser meu guia?"

"Eu!" os dois gritaram juntos, fazendo-a gargalhar.

Observei a interação com o coração apertado, dividida entre a alegria do momento e o medo do futuro. Eles já tinham sido aceitos, amados tão facilmente. Como eu explicaria se o teste desse negativo? Como quebraria esse vínculo que crescia diante dos meus olhos?

"Vamos então!" Nonna Rosa levantou-se com surpreendente agilidade, pegando sua bengala. "Mas primeiro, preciso de um beijo de cada um dos meus pequenos caçadores de tesouro!"

Bella não hesitou, pulando para abraçá-la e distribuindo beijinhos barulhentos que fizeram a senhora rir ainda mais. Louis, sempre mais cauteloso, aproximou-se devagar, mas logo estava sendo coberto de beijos também.

Enquanto os seguia pelo corredor, observava como eles já disputavam a atenção dela, cada um segurando uma de suas mãos, contando sobre todos os tesouros que já tinham encontrado. Suas risadas alegres ecoavam pela casa como música.

Uma certeza se formou em meu peito, tão forte que quase doía: independente do que aquele teste dissesse, essa família já tinha conquistado meu coração. E pelo jeito que Nonna Rosa olhava para meus pequenos, como se fossem seu tesouro mais precioso, eu sabia que não era a única.

Talvez fosse isso que Leonardo sempre soube, que família vai muito além do sangue.

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