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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 97

Amber

Minha cabeça ainda latejava do puxão de cabelo, o couro cabeludo sensível como se tivesse sido queimado. Esfreguei a área enquanto me levantava, sentindo o calor do olhar de todos no quarto. A energia ali era sufocante, um misto de raiva, dor e segredos que ameaçavam explodir.

"Eu vou ver como as crianças estão," murmurei, meu único desejo naquele momento era escapar. As vozes e o peso das revelações ecoavam na minha mente como trovões distantes.

"Não." A voz de Leonardo veio firme, como uma corrente que me prendeu ao chão. Sua mão segurou meu pulso, suave, mas inegavelmente firme. "Nós precisamos resolver isso. Agora."

"Leonardo!" Eleonora levantou a voz, ainda trêmula de indignação. Ela parecia tão perdida quanto eu, mas sua raiva encontrou outro alvo. "Vou ver como Martina está. Aquela pobre menina precisa de ajuda! Você foi muito duro com ela."

A resposta dele foi como uma navalha, afiada e cortante: "Se você sair por aquela porta atrás dela, mamma, não volte."

Eleonora piscou, chocada. "Como você ousa me dizer uma coisa dessas? Sou sua mãe, Leonardo!"

"Você ouviu o que eu disse." Ele se manteve indiferente, mas sua mão no meu braço apertou levemente, como se quisesse me ancorar. "E pode esquecer que essa casa existe e que eu sou seu filho. Você está escolhendo um lado e irá se arrepender amargamente, pois esse lado lhe fez chorar lágrimas de sangue por meses."

"Como você pode ser tão cruel?" Eleonora disparou, os olhos marejados.

"Silenzio!" Tomaso interrompeu, sua voz retumbante como um trovão. Ele se aproximou um passo de Leonardo, o rosto contorcido de um misto de raiva e algo mais profundo, algo mais sombrio. "O que você quis dizer sobre Francesca? Sobre Martina ser culpada?"

Minha garganta se apertou, e tentei me afastar. "Talvez seja melhor eu esperar lá fora..."

"Não," Leonardo respondeu imediatamente, o tom sem espaço para discussão. Seus olhos se voltaram para mim, escuros e cheios de algo que eu não sabia decifrar. "Você precisa entender onde se encaixa em tudo isso."

"E o que exatamente ela sabe?" Eleonora questionou, sua voz fria e desconfiada.

Leonardo respirou fundo me soltando, em seguida passou a mão pelos cabelos como se tentasse encontrar as palavras certas. "Amber guardou documentos para mim... antes do acidente." Ele fez uma pausa, olhando diretamente para mim. "Documentos que incriminam Martina."

Senti como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. Meu coração parecia martelar no peito enquanto as palavras dele se afundavam na minha mente. Documentos? Acidente? As imagens desconexas começaram a se formar, mas antes que eu pudesse processá-las, ouvi minha própria voz falhar: "Quem..." respirei fundo, tentando me manter calma, "quem era Francesca?"

"Non osare! (Não ouse)" Tomaso interrompeu, sua voz cheia de indignação. Ele deu um passo à frente, os olhos brilhando. "Não presuma que sabe a profundidade da minha dor. Agora que você tem filhos, vai entender o que estou falando."

"Não sabemos ainda se essas crianças são mesmo filhos dele," Eleonora disparou, sua voz carregada de sarcasmo. "Todos estão presumindo..."

Não consegui mais suportar. Me soltei bruscamente, meus movimentos instáveis enquanto minha mente girava com tantas informações conflitantes. Cada palavra trocada parecia um golpe. Documentos. Francesca. Acidente. Tudo isso girava na minha cabeça como peças de um quebra-cabeça cujas bordas eu não conseguia encontrar.

"Amber..." Leonardo chamou meu nome, sua voz mais baixa agora, quase um sussurro.

"Eu preciso..." minha voz saiu falha, quase um sussurro. "Eu preciso de ar."

Não esperei pela resposta dele. Caminhei até a porta e a abri, sentindo o peso de seus olhares queimando minhas costas enquanto eu saía. Meu coração parecia saltar no peito, e minha mente estava repleta de perguntas. Quem era Francesca de verdade? Que documentos eu tinha guardado? E, acima de tudo, que segredos obscuros estavam enterrados no passado dessa família?

A verdade parecia mais próxima, mas também mais assustadora. Por que eu sentia que, quando finalmente a descobrisse, nunca mais seria a mesma?

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