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Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 98

Leonardo

A porta se fechou atrás de Amber, e o som ecoou pelo quarto, reverberando como um golpe. Por um instante, minha vontade foi correr atrás dela, mas minha dor física me parou. O ombro latejava como se fosse explodir, me lembrando de que até o simples ato de respirar parecia uma luta.

"Perché? (Por quê?)" A voz de mamma cortou o silêncio, carregada de mágoa e confusão. "Por que essa mulher significa tanto para você? Enquanto Martina, que sempre esteve ao seu lado, sempre foi tratada com indiferença?"

Soltei uma risada amarga, mais um reflexo da minha irritação do que algo genuíno. Aquilo era absurdo. "Sempre ao meu lado?" Olhei para ela, minha raiva transbordando. "A senhora realmente acredita nisso? Que eu sou tão cego assim?"

"Leonardo, por favor..."

"Não, mamma." Meu tom era afiado como uma lâmina. "Eu sempre soube quem Martina era. Sempre vi além da fachada dela." Apertei o punho, as unhas cravando na palma da minha mão. "A única razão pela qual fiquei perto dela foi para conseguir provas. E agora que Amber voltou, finalmente vou poder vingar Francesca."

Minha respiração estava pesada quando me sentei na beira da cama. A dor no meu corpo parecia zombar de mim, mas ao mesmo tempo me dava algo tangível em que focar.

Mamma se aproximou e se sentou ao meu lado, hesitante. Sua mão pousou de leve no meu braço bom, como se quisesse quebrar a barreira entre nós. "Figlio, eu não quero brigar," ela começou, a voz mais suave agora. "Mas... não consigo ver Martina como o monstro que você descreve. Ela sempre foi doce comigo. Era a melhor amiga de Francesca! Como poderia desejar a morte dela?"

Revirei os olhos, bufando. "Melhor amiga?" Cuspi as palavras com desprezo. "Ela usava Francesca. Sempre usou. Não era amizade, mamma, era interesse. Ela sempre foi uma alpinista social, e Francesca era o degrau que ela usava para subir."

"Você está exagerando..."

"Estou?" Respirei fundo, tentando conter a raiva, mas era impossível. As memórias começaram a emergir, cada uma mais amarga que a anterior. "Lembra do contrato da Vogue Italia? Francesca conseguiu. Foi um sonho realizado para ela. E o que Martina fez? Dormiu com os organizadores do evento. No dia seguinte, o contrato mudou de mãos. Foi para ela."

Vi o choque cruzar o rosto de mamma.

"Francesca era boa demais," continuei, minha voz carregada de mágoa. "Ela não quis acusar a 'amiga'. Mas não parou por aí. Cada oportunidade que surgia, Martina dava um jeito de sabotá-la. Era sistemático, mamma."

Baixei o olhar, encarando a minha mão, que tremia levemente. "Quando Martina começou a se interessar pelos hotéis da família, Francesca sugeriu o contrato falso. Ela disse que seria bom para nós. 'Quem sabe assim me vejam como uma modelo promissora novamente', ela disse. Eu relutei, mas... como eu poderia dizer não? Como eu não ajudaria no sonho da minha irmãzinha?"

O quarto ficou em silêncio, e por um instante, o único som era o meu próprio coração martelando no peito.

"Então você nunca..." Mamma começou, hesitante.

"Dio mio..." Mamma chorava abertamente agora, o rosto enterrado nas mãos.

Papà, que tinha ficado em silêncio até então, deu um passo à frente, sua voz grave. "Por que nunca nos contou sobre isso, Leonardo? Poderíamos ter procurado mais provas, feito algo..."

"Porque não adiantaria." Olhei para ele, o cansaço e a dor estampados no meu rosto. "Agora eu tenho todas as provas. Todas as peças. Passei anos destruindo a carreira dela, tijolo por tijolo. Cada contrato perdido, cada renúncia... fui eu. Sabotei o que ela mais valorizava: o prestígio dela."

"Meu Deus..."

"Ela só existe como estrela na própria cabeça. Se não fosse pela tia dela, Martina já estaria na sarjeta."

Papà assentiu lentamente, absorvendo tudo. "Então vamos acabar com ela. Pela nossa Francesca."

Assenti, sentindo uma pontada no peito. Era um alívio finalmente ter dito tudo. Mas enquanto olhava para a porta por onde Amber havia saído, não pude deixar de pensar: A história poderia se repetir, se eu não tomasse cuidado."

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