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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 100

Heloisa Moura

O avião pousou em Florença ao entardecer, e mesmo com o cansaço nos ombros, meu peito parecia leve. Era como se eu estivesse voltando para um lugar que, de alguma forma, sempre me pertenceu. Vittorio apertou minha mão enquanto descíamos do avião, seus olhos brilhando com aquela mistura de nostalgia e promessa. A Itália tinha um jeito de nos fazer lembrar quem éramos. Ou talvez, quem nunca deixamos de ser.

No caminho até a mansão da família dele, percorremos estradas sinuosas cercadas por campos verdes e vinhedos que se estendiam até onde os olhos podiam alcançar. As colinas pareciam ter sido pintadas à mão por algum artista distraído e apaixonado. O céu começava a se tingir de tons dourados e rosados quando os portões de ferro forjado da propriedade se abriram lentamente.

A mansão estava exatamente como eu lembrava — majestosa, elegante, mas agora havia algo diferente. Ela parecia vestida de festa. Flores brancas e lavandas decoravam a entrada, lanternas pendiam das árvores, e uma trilha de velas nos guiava até a porta principal.

— Vittorio… — murmurei, já sentindo as lágrimas se acumularem outra vez. — Você fez isso?

Ele apenas sorriu e me puxou pela mão.

— Espera só até ver o resto.

Dentro da mansão, cada cômodo parecia contar uma parte da nossa história. Havia fotos nossas, bilhetes antigos que eu nem lembrava ter escrito, nossas músicas favoritas tocando suavemente ao fundo. Mas foi quando ele me levou até a sacada principal, com vista para o vinhedo, que meu coração quase parou.

Lá embaixo, entre as parreiras iluminadas por pequenas luzes penduradas, uma mesa para dois estava posta. Pratos de cerâmica rústica, talheres dourados, taças de cristal. No centro, uma única garrafa de vinho com um rótulo que eu nunca tinha visto.

— Per amore — li em voz alta, sentindo a garganta se fechar.

— É o nosso vinho. O primeiro lote. Feito com as uvas da colheita do ano em que você voltou para minha vida. — Ele me olhava como se o mundo inteiro estivesse naquele instante. — Cada garrafa será numerada. Esta é a número um. Só sua.

Descemos até a mesa sob as estrelas. O ar tinha cheiro de terra molhada e esperança. Provamos o vinho. Tinha notas de frutas vermelhas e um toque floral suave, mas mais do que isso, tinha o sabor do que vivemos — doce, profundo, intenso.

— Está perfeito — falei, tocando a borda da taça. — Você colocou tudo de nós aqui dentro.

— Coloquei você. E isso foi tudo.

Jantamos entre risos e promessas sussurradas. Depois caminhamos pelo vinhedo, descalços, como duas almas que sabiam que finalmente haviam chegado onde sempre pertenceram.

Mais tarde, já na suíte que dava vista para os campos, uma banheira de mármore estava pronta, rodeada de velas e com pétalas boiando na água morna. Ele me ajudou a entrar, tirando cada peça da minha roupa com um cuidado que só quem ama sabe ter. Entrou comigo, e ali, na água quente, fizemos silêncio com os corpos, conversamos com os olhos, e nos amamos como quem sela a eternidade com a alma.

Adormeci em seus braços, o som dos grilos ao longe, a brisa entrando pela janela aberta, e a certeza de que a felicidade, às vezes, mora exatamente onde tudo começou.

Na manhã seguinte, ainda envoltos no aroma do café fresco e do campo, Vittorio me entregou um envelope. Dentro, um mapa desenhado à mão.

Capitulo 100 1

Capitulo 100 2

Capitulo 100 3

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