Aurora Rossi
Escutei tudo que o Lorenzo disse em silêncio, não queria dar a ele a oportunidade de entrar e me magoar novamente.
Vou blindar meu coração para não sofrer novamente. Ele já se foi com suas palavras vazias, na verdade ele correu para os braços dela.
É isso me magoa, me machuca muito por dentro de uma forma que não sei explicar.
*****
Na manhã seguinte, acordei junto aos primeiros raios de sol, encontrei minha mãe e tia Helô na cozinha conversando.
— Ah, ela aparentemente é legal, mas achei muito espaçosa de imediato falou que ia para o quarto do Lorenzo. — fala minha mãe e minha tia concorda.
— O que importa? Eles já vivem juntos em Nova Iorque. — falo entrando na cozinha deixando as duas em alerta.
— Perdão meu amor, não era para você descobrir assim? — fala tia Heloísa.
— Tia, eu encontrei com os dois em Florença, ele também estava em uma apresentação sobre vinhos e memórias. Então não me surpreende que eles estejam juntos.
— Mas me fala, é esse coraçãozinho como está?
— Bem, tranquilo, batendo. Ah! Vou até o lago nadar um pouco.
Falo e saio em direção ao lago.
O caminho até o lago parecia mais longo do que eu lembrava. Cada passo ecoava memórias que meu coração teimava em revisitar. As risadas de outros verões, os mergulhos sob o pôr do sol, os sussurros trocados entre folhas e promessas. Tudo ainda estava lá. Menos nós.
Tirei os sapatos, respirei fundo e mergulhei. A água gelada abraçou minha pele, despertando cada célula do meu corpo como um chamado à vida. Nadei até o meio, de costas para a margem, flutuando em silêncio. Ali, sozinha, permiti-me fechar os olhos e apenas sentir.
Mas não por muito tempo.
Senti um movimento na água, um deslocamento sutil. Meu coração acelerou antes mesmo de entender o porquê. Antes mesmo de virar.
Braços fortes me envolveram por trás, sem aviso. Um arrepio percorreu meu corpo inteiro quando a voz dele, baixa, quente, sussurrou contra meu ouvido:
— Você disse que seu coração estava bem… mas eu não acredito nisso.
Tentei girar o corpo, protestar, mas ele não me deu tempo. Seus lábios tocaram os meus com urgência, sem pedir permissão, como quem tenta recuperar algo perdido há tempo demais. Um beijo cheio de culpa, desejo, saudade. Um beijo que falava mais do que todas as palavras dele na noite anterior.
Tentei resistir, por orgulho, por medo. Mas meu corpo já o reconhecia — como se nunca tivesse esquecido. Como se, no fundo, sempre o tivesse esperado.
Quando o ar se fez necessário, ele afastou os lábios apenas o suficiente para me olhar. Seus olhos buscavam os meus com intensidade, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele desceu os lábios para o meu pescoço, deslizando com um toque que me desarmava completamente.
Suspirei, com a cabeça inclinada, o corpo entregue ao momento, à lembrança do que éramos e à confusão do que ainda podíamos ser.
— Eu nunca esqueci você, Aurora. — ele murmurou contra minha pele.
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