Entrar Via

Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 116

Lorenzo Bianchi

Fiquei ali parado por longos minutos depois que a porta se fechou atrás do tio Matheu. O som ecoou dentro de mim como um veredito. E talvez fosse. Um julgamento necessário. Um pai defendendo sua filha, do jeito que eu deveria ter feito por nós dois desde o começo.

Meu pai voltou a sentar-se, mas percebi que ele não esperava mais nada de mim naquele momento. Não conselhos, nem justificativas. Só um movimento — qualquer sinal de que eu não ia continuar preso nesse mesmo ciclo de desculpas e omissões.

Levantei-me, ainda com os músculos tensos, e fui até a janela. A paisagem do jardim parecia a mesma de sempre, mas agora carregava outro peso. Como se tudo à minha volta estivesse em pausa, esperando a minha decisão. Esperando que eu deixasse de ser o garoto que fugia e virasse o homem que ficava. Que enfrenta. Que cuida.

Camille. Aurora. Duas mulheres tão diferentes. E, de certa forma, vítimas da minha covardia.

Camille não merecia o lugar de sombra onde eu a coloquei. Ela entrou na minha vida sem pedir espaço, mas eu abri a porta para ela num momento de desespero, querendo preencher o vazio sem encarar a dor. E isso… isso também era injustiça. Com ela. Comigo. Com a própria Aurora.

Eu sabia que precisava conversar com Camille. Ser honesto, mesmo que doesse. Porque agora eu entendia: amar alguém exige coragem. E coragem não é apenas lutar pelo que se quer — é também saber deixar ir o que não deve ser nosso.

Me virei para meu pai e assenti.

— Obrigado. Por… tudo. — foi tudo o que consegui dizer, mas ele entendeu. Apenas me olhou de quem viu um filho dar seu primeiro passo tarde, mas firme.

Subi as escadas sentindo o peso de cada degrau. A casa parecia cada dia mais silenciosa. Quando cheguei ao corredor, a porta do meu quarto estava entreaberta. Bati de leve antes de empurrá-la. Camille estava ali, colocando suas coisas de volta na mala.

Ela nem chorava. E isso me doeu mais do que qualquer lágrima.

— Camille…

Ela levantou os olhos. Séria. Cansada.

— Não precisa dizer nada, Lorenzo. Eu já entendi. Você a escolheu. Sempre foi ela.

— Mas eu preciso. Porque você merece isso. Merece respeito. Merece alguém inteiro. — respirei fundo, sentindo o nó na garganta. — E eu… eu não estou inteiro. E talvez nunca tenha estado, desde que deixei a Aurora. Desde que cheguei em Nova Iorque, uma parte de mim ficou aqui na Itália, com ela.

Ela sorriu com tristeza, fechando o zíper da mala.

— Eu sabia. Desde o começo. Mas fui teimosamente me enganando. Porque você era bom para mim, no seu jeito quebrado. Só que agora, eu não quero mais metades. — ela se aproximou e tocou meu rosto com uma leveza inesperada. — Espero que encontre um jeito de ser inteiro.- E, se não for com ela, que seja com você mesmo. Não espere que ela vá te receber de braços abertos, percebi que ela é uma mulher forte e vai rejeitar você pela metade ou por pensar que voltou para ela por sentir que tem algum tipo de obrigação.

Verify captcha to read the content.Verifique o captcha para ler o conteúdo

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo