Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 21

Vittorio Bianchi

O peso da garrafa de espumante nas minhas mãos parecia maior do que realmente era. O rótulo impecável escondia o problema que enfrentávamos—uma falha que não deveria ter acontecido, mas aconteceu. O primeiro lote de uma das safras mais aguardadas da Di Fiore estava comprometido.

Passei a mão pelo rosto, sentindo o cansaço pesar nos ombros. Dias sem dormir direito, sem conseguir tirar da cabeça a sucessão de erros que nos trouxe até aqui. O já estava aparecendo , e a claridade começou a bater sobre os vinhedos, tingindo as videiras de dourado, mas nem a paisagem era suficiente para aliviar a tensão no meu peito.

E então, ouvi uma voz. Baixa, hesitante.

— Vittorio…

Minha cabeça se ergueu de imediato. Ela estava ali.

Parada na entrada do vinhedo, os cabelos um pouco desalinhados pelo vento, a respiração acelerada como se tivesse corrido. Meus olhos demoraram um segundo para acreditar no que viam.

Heloísa. O choque me paralisou.

Ela correu em minha direção, e antes que eu pudesse reagir, seu corpo se chocou contra o meu. Seus braços ao redor do meu pescoço, o rosto escondido contra meu peito. E então, tudo fez sentido.

Minhas mãos largaram a garrafa sem pensar, apertando sua cintura com força, como se meu corpo soubesse antes da minha mente que eu não poderia deixá-la ir.

— Você voltou… — minha voz saiu mais rouca do que eu esperava, carregada de um alívio que eu não sabia que precisava sentir.

Ela se afastou apenas o suficiente para me encarar. Seus olhos brilhavam, a respiração descompassada.

— Eu precisava voltar.

Eu deveria dizer algo. Perguntar por que, como, quando. Mas nada importava além do fato de que ela estava ali.

Meus dedos encontraram seu rosto, acariciando sua pele quente. Heloísa fechou os olhos por um breve segundo, como se absorvesse o toque.

— Você foi embora. — Minha voz saiu baixa.

Ela assentiu levemente.

— Mas eu soube, assim que entrei naquele avião, que meu lugar nunca foi lá.

Meus lábios se apertaram.

— E onde é o seu lugar?

Ela não hesitou.

— Aqui.

E, antes que eu pudesse responder, antes que qualquer palavra fosse dita, ela segurou meu rosto e me beijou.

Foi um beijo urgente, desesperado. Não havia mais tempo para dúvidas, para distâncias, para orgulhos. Apenas nós dois. E, pela primeira vez em muito tempo, tudo estava exatamente onde deveria estar.

O mundo ao nosso redor deixou de existir. O peso dos últimos dias, das incertezas, das ausências, tudo desapareceu no instante em que seus lábios tocaram os meus.

Heloísa me beijava com desespero, como se quisesse apagar o tempo que passamos separados. E eu retribuía com a mesma intensidade, segurando-a firme, sentindo seu corpo quente contra o meu.

O espumante esquecido no chão, as videiras ao redor, o vento que soprava entre nós… nada importava. Só ela. Só nós.

Quando o ar se tornou uma necessidade, ela se afastou apenas o suficiente para me encarar. Seus olhos estavam brilhantes, a respiração ofegante, e sua expressão misturava tantas emoções que eu não conseguia decifrar apenas uma.

— Eu tentei… — ela começou, a voz rouca. — Tentei esquecer. Tentei seguir em frente. Mas a verdade é que, desde que saí daqui, não houve um único dia em que eu não pensasse em você.

Minha mandíbula se contraiu. Eu queria acreditar, mas a dor da partida ainda era recente.

— Então por que foi?

Ela suspirou, mordendo o lábio, hesitante.

— Porque eu estava com medo. Medo do que sinto por você. Medo de que isso me consumisse e eu acabasse perdida.

Fechei os olhos por um segundo, absorvendo suas palavras.

— E agora? — minha voz saiu mais baixa. — Ainda tem medo?

Heloísa não respondeu de imediato. Em vez disso, suas mãos deslizaram para meus ombros, apertando levemente, como se buscasse algo sólido para se segurar.

— Ainda tenho medo. — Ela sorriu, um sorriso pequeno, frágil. — Mas tenho muito mais medo de te perder de novo.

Minhas mãos foram para sua cintura, puxando-a para mais perto.

— Você não vai me perder.

Ela suspirou contra meu peito, se deixando envolver. E eu soube que, apesar de tudo, apesar dos obstáculos, apesar do passado, Heloísa estava aqui. Comigo.

E isso era tudo que importava.

Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, um som nos interrompeu.

— Vittorio!

Me virei a tempo de ver Enzo, um dos gerentes da vinícola, correndo em nossa direção. Me separei de Heloísa, pois ninguém poderia saber sobre nós, pelo menos não agora.

— Precisamos de você no laboratório. Agora.

O silêncio no laboratório era quase tão denso quanto o peso que eu carregava nos ombros. O cheiro ácido das amostras abertas misturava-se ao aroma familiar das barricas de carvalho, mas nada disso me trazia conforto agora.

Eu estava encarando os copos diante de mim, tentando encontrar uma explicação para o problema no espumante, quando a porta se abriu.

Eu não precisei me virar para saber quem era.

— O que aconteceu? — A voz de Heloísa cortou o silêncio, carregada de preocupação.

Fechei os olhos por um breve instante antes de encará-la. O cansaço estava estampado no meu rosto, mas eu sabia que não podia demonstrar fraqueza agora.

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