Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 22

Vittorio Bianchi

Olhei novamente para Heloísa, e pela primeira vez naquela noite, senti algo além da tensão e do peso da responsabilidade. Eu senti admiração.

Ela não apenas percebeu o que ninguém havia notado, mas também provou — mais uma vez — que seu lugar sempre foi ao meu lado, nos desafios e nas vitórias.

— Você acabou de nos salvar de uma crise gigante.

Ela sorriu de leve, cruzando os braços.

— Não gosto de ver você preocupado assim.

Meu peito aqueceu com aquela confissão simples, mas carregada de significado.

— Eu sabia que você voltaria para casa por um motivo.

O sorriso dela diminuiu um pouco, mas seu olhar ficou mais intenso.

— Talvez eu nunca devesse ter ido embora.

Eu segurei o olhar dela por um longo momento, deixando o peso daquela frase se assentar entre nós. Se antes havia dúvidas, agora não havia mais nenhuma. Heloísa estava aqui. E dessa vez, eu não a deixaria partir.

Ao cair da noite a vinícola ficou silenciosa e a única iluminação vinha das luzes amareladas espalhadas pelo jardim e do brilho suave da lua. Depois da tensão dos últimos dias, finalmente havia um respiro. O problema com o espumante estava perto de ser resolvido, e Heloísa… bem, ela estava aqui.

Andávamos lado a lado pelo vinhedo, o vento frio da noite soprando contra nossos rostos. Ela tinha os braços cruzados, protegendo-se do frio, e eu não resisti. Tirei meu paletó e o coloquei sobre seus ombros.

— Você sempre fazendo isso… — Ela sorriu de canto. — Cuidando de mim, mesmo quando eu te dou motivos para não fazer.

Meu olhar percorreu seu rosto à luz fraca da noite.

— Sempre vou cuidar de você, Heloísa. Quer você queira ou não.

Ela desviou o olhar por um instante, respirando fundo.

— Sinto que deveria dizer o mesmo. Mas acho que falhei algumas vezes nisso.

— Você voltou. Isso é o que importa.

Ela parou de andar e me encarou. O silêncio entre nós era carregado, intenso. Seus olhos brilhavam de um jeito que me fazia querer segurá-la ali para sempre.

E então, sem dizer nada, ela se aproximou e deitou a cabeça no meu peito.

Minha respiração ficou presa por um momento. Meus braços se moveram sozinhos, envolvendo-a. O cheiro dela, a sensação de tê-la ali, encaixada contra mim, fez meu coração bater diferente.

— Estou cansada, Vittorio… — sua voz saiu abafada contra minha camisa. — Cansada de fugir do que sinto.

Fechei os olhos, deixando minha testa descansar sobre seus cabelos.

— Então para. Fica aqui.

Ela não respondeu, apenas me apertou mais forte.

Não houve promessas, nem palavras desnecessárias. Apenas nós dois, no meio do vinhedo, como se o tempo tivesse parado.

Depois de um tempo, segurei sua mão e a guiei de volta para dentro. Assim que chegamos ao quarto dela, ela hesitou na porta, olhando para mim como se não quisesse que eu fosse embora.

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