Vittorio Bianchi
Me afasto do Hugo e nossa conversa ainda fica em minha mente. Não posso ceder a chantagem da Liliane, mas não posso deixar que aquele vídeo vá parar nas mãos do Hugo e da Ava.
— Vittorio, tem algo te perturbando? Algum problema com o espumante?
A voz suave da Heloísa me trás de volta.
— Está tudo bem, pequena, apenas algo que logo vou resolver.
— Vi você e meu pai conversando mais cedo, você falou algo com ele?
— Ainda não, Helô, tenho um assunto para esclarecer antes, não posso te envolver em um problema maior.
Falo isso e saio, tenho que resolver isso de uma vez por todas. A Liliane não pode nem deve me abalar.
Chego em frente ao hotel e ligo para ela.
— Estou na recepção, desça logo.
— Engano seu, foi um engano pensar que eu iria ao seu encontro na recepção, venha até meu quarto, aqui poderemos conversar.
Respiro fundo, contendo a irritação que se espalha pelo meu corpo. Liliane sempre gostou de comandar o jogo, mas desta vez não vai ser como ela quer.
— Se acha que eu vou subir, está enganada. Temos cinco minutos para resolver isso, então é melhor descer logo.
— Tão mandão… Isso sempre me atraiu em você, Vittorio, mas na cama. — Sua voz carrega um sorriso malicioso. — Entretanto, infelizmente, não sou do tipo que recebe ordens.
A ligação se encerra antes que eu possa responder. Maldita Liliane.
Passo a mão pelo rosto, sentindo a tensão se acumular em meus ombros. Eu deveria ir embora e ignorar essa palhaçada, mas não posso me dar esse luxo. Se aquele vídeo cair nas mãos erradas, as consequências serão catastróficas.
Com passos firmes, caminho até o elevador e aperto o botão do andar dela. O painel pisca e os números sobem, cada andar percorrido aumentando minha impaciência. Assim que as portas se abrem, sigo pelo corredor até a suíte.
Bato duas vezes.
— Até que não demorou tanto — ela comenta ao abrir a porta, encostando-se no batente com um sorriso de triunfo.
Seu robe de seda escorrega pelo ombro, uma encenação ensaiada para me desestabilizar. Não reajo. Já conheço todos os truques dela.
— Vamos acabar logo com isso, Liliane. O que você quer?
Ela dá um passo para o lado, me convidando a entrar.
— O que eu sempre quis, querido. Você.
Reviro os olhos e cruzo os braços.
— Não perca meu tempo com joguinhos.
Ela solta um suspiro dramático e fecha a porta atrás de mim.
— Tudo bem, direto ao ponto. Eu quero um favor, e em troca, aquele vídeo nunca verá a luz do dia.
Meus punhos se fecham. O que quer que ela tenha em mente, não pode ser coisa boa.
— Que tipo de favor?
Ela sorri, divertida.
— Simples. Me faça gozar como antigamente.
O sangue gela em minhas veias.
— Você está louca?
— Estou sendo estratégica. Quero apenas uma transa, nada mais.
Cada fibra do meu ser grita para que eu não caia nessa armadilha. Mas o que posso fazer? Se Hugo ou Ava virem esse vídeo, tudo pode desmoronar.
Aperto os dentes.
— Isso não vai acontecer.
Liliane sorri, como se estivesse esperando essa resposta.
— Então é uma pena, Vittorio. Uma grande pena.
Ela pega o celular e desliza o dedo pela tela. O frio na minha espinha se intensifica.
Ela vai mandar o vídeo agora.
Preciso agir.
E rápido.
— Liliane, pare, vamos fazer isso de uma vez por todas. — falo tentando ganhar tempo.
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