Vittorio Bianchi
O sol já está alto quando estaciono o carro em frente à minha casa. Passamos a manhã inteira no hotel, sem pressa para sair da cama, aproveitando cada segundo juntos. Mas agora, a realidade nos chama de volta.
Ela suspira ao olhar para a casa.
— Meus pais devem estar aí.
Observo as janelas, vendo as cortinas se moverem levemente. A movimentação dentro da casa indica que eles já estão acordados e, provavelmente, à mesa para o almoço.
— Se eles nos virem chegando juntos, vão perguntar onde você estava — murmuro, apertando o volante.
Heloísa morde o lábio, pensativa.
— Podemos dar a volta pelos fundos e entrar sem que eles percebam.
Dou um sorriso de lado.
— Sempre tão esperta.
Ela revira os olhos, mas o canto de seus lábios treme, denunciando a diversão.
Saímos do carro com cautela e seguimos pelo jardim lateral. O som de vozes vindo da sala confirma que seus pais continuam ocupados.
— Pronto, agora é só ir direto para o seu quarto — sussurro quando chegamos à entrada dos fundos.
Heloísa se vira para mim, os olhos brilhando.
— Obrigada… por tudo.
Seguro seu rosto entre as mãos, dedilhando sua pele macia e lhe dou um beijo delicado.
— Sempre, pequena.
Ela fecha os olhos por um segundo, como se gravasse o momento, depois me dá um selinho rápido antes de abrir a porta e desaparecer para dentro da casa.
Fico parado ali por alguns instantes, esperando para ver se tudo corre bem. Quando não ouço nada suspeito, solto um suspiro.
Hoje, voltamos para casa. Mas algo mudou entre nós. E eu não vou deixar nada nos afastar de novo.
Um tempo depois desci e já a encontrei junto dos seus pais na mesa para o almoço.
— Finalmente! Pensei que tivessem se perdido dentro da casa — a Ava, brinca, colocando mais uma travessa na mesa.
O Hugo ergue os olhos para mim, analisando por um instante antes de dar um aceno breve.
— Sentem-se. O almoço já está servido.
Puxo a cadeira para Heloísa antes de me sentar ao seu lado. A mesa está farta, e o cheiro da comida caseira me faz perceber que estou faminto.
— Fiz seu prato preferido, filha — a Ava diz com um sorriso orgulhoso.
— Está com uma cara ótima, mãe! — Heloísa responde animada.
O almoço segue com conversas leves sobre a vinícola e os negócios da família. No entanto, a cada vez que Heloísa e eu trocamos olhares, há um brilho cúmplice ali, como se estivéssemos compartilhando um segredo só nosso.
Mesmo sentados à mesa com os pais dela, minha mente ainda está na lembrança da manhã que tivemos juntos. Mal posso esperar para tê-la nos meus braços de novo.
O almoço segue tranquilo, até que percebo Heloísa largando os talheres devagar. Seu rosto está um pouco pálido, e ela leva a mão ao estômago, franzindo a testa.
— Vá deitar um pouco? Você precisa descansar. — Ela hesita, mas acaba concordando com um aceno.
— Só não quero que minha mãe entre em pânico.
— Eu aviso que você só precisa de um tempo para se recuperar.
A ajudo a ir até o quarto e a deito com cuidado. Sentando-me ao seu lado, seguro sua mão e a observo fechar os olhos por um instante.
— Se não melhorar, vamos ao médico — digo firme.
— Está bem… mas acho que não será necessário. Não gosto de médicos.
Mesmo assim, fico atento a qualquer sinal de que pode ser algo mais sério. Eu só quero vê-la bem.
Fico na porta do quarto, hesitando por um momento. Heloísa ainda está deitada, mas ela parece um pouco mais tranquila agora. Ouço os passos de seus pais na escada, e é como se minha preocupação com ela se duplicasse. Eles não podem saber que estamos juntos. Não ainda.
Suspirando, dou uma última olhada nela e então me afasto do quarto. Antes que alguém me veja, preciso voltar para o almoço.
— Vittorio! Como está a Heloisa? — Pergunta a Ava.
Tento esconder a tensão no meu rosto e dou um sorriso leve.
— Ela está descansando. Acho que foi só um pequeno mal-estar.
A Ava me encara com uma expressão preocupada.
— É bom que ela descanse. Será que ela tem comido bem? Acho que a comida pode ter sido um pouco pesada...
— Talvez seja isso. Ela tem se alimentado com comidas leves e pode ter se empolgado, quendo viu todas suas comidas preferidas.

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