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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 52

Vittorio Bianchi

O sol ainda não nasceu completamente, mas a luz suave da manhã já começa a se infiltrar pelas frestas da cortina. O quarto está mergulhado em um silêncio tranquilo, interrompido apenas pela respiração ritmada de Heloísa, que dorme em meus braços, a cabeça descansando contra meu peito.

Por um instante, tudo parece calmo. Como se o mundo lá fora não existisse. Como se não houvesse medo, segredos ou consequências esperando para cair sobre nós. Só ela e eu. E a incerteza que, de alguma forma, já carrega um peso diferente dentro de mim.

Minha mão se move antes mesmo que eu perceba, deslizando suavemente até a barriga dela. Um carinho instintivo, um gesto que deveria ser inconsciente, mas que carrega mais significado do que consigo expressar. Meu polegar traça círculos lentos contra o tecido fino da blusa dela, e um calor desconhecido se espalha pelo meu peito.

Eu nem sei se há mesmo uma vida crescendo ali. Se o destino já escreveu esse capítulo para nós. Mas, no fundo, sinto como se já soubesse. Como se, de alguma forma, meu coração já tivesse aceitado a verdade antes mesmo que ela fosse confirmada.

Uma lágrima quente escapa dos meus olhos, rolando lentamente pela minha pele antes de se perder entre os fios macios do cabelo dela.

E então, num sussurro rouco, quase temendo quebrar a magia do momento, eu digo:

— Já te amo, filho… mesmo sem ter certeza de que estás aqui.

As palavras saem com uma força inesperada, como se finalmente dessem voz ao que já vinha crescendo dentro de mim desde o instante em que Heloísa compartilhou sua dúvida comigo.

Eu nunca planejei isso. Nunca pensei que um dia me veria nessa posição — à beira de uma mudança irreversível, de um futuro que nunca imaginei para mim. Mas, ao mesmo tempo, nunca senti algo tão certo.

Heloísa se mexe levemente em meus braços, soltando um suspiro suave antes de abrir os olhos devagar. Eles encontram os meus, sonolentos, mas carregados de algo que faz meu coração apertar.

— Vittorio… — sua voz sai rouca, um resquício da noite mal dormida.

Eu sorrio, passando os dedos por sua bochecha.

— Bom dia, pequena.

Ela franze levemente a testa, como se sentisse a emoção que ainda está presa em mim. Seus olhos deslizam até minha mão, que ainda repousa em sua barriga, e algo brilha em seu olhar. Um medo silencioso, mas também uma esperança frágil.

— Você estava falando enquanto dormia? — ela pergunta, sua voz suave, mas hesitante.

Desvio o olhar por um instante, sorrindo de lado.

— Não estava dormindo.

O silêncio se estende entre nós por um momento. Então, com cuidado, ela desliza os dedos sobre os meus, sobre aquele espaço que pode ou não carregar a maior mudança de nossas vidas.

— Você tem medo? — ela sussurra, quase temendo a resposta.

Respiro fundo, deixando que meus olhos se percam nos dela.

— Sim. — Minha sinceridade a faz prender a respiração. Seguro seu rosto com delicadeza. — Mas o medo nunca foi maior do que o que eu sinto por você.

Seus olhos brilham com uma emoção que não sei definir. Talvez alívio. Talvez amor. Talvez um pouco dos dois.

Ela se aninha mais em mim, fechando os olhos por um momento.

— Hoje… — ela sussurra contra meu peito. — Hoje saberemos a verdade.

E mesmo sabendo que nada será fácil depois disso, eu apenas a seguro mais perto.

Porque, não importa qual seja a verdade, eu já sei qual será minha resposta.

O ar ao meu redor parece sumir.

Liliane está parada ali, diante de mim, esperando uma reação, esperando que eu diga algo, que me desespere, que acredite. Mas tudo dentro de mim se contrai em negação.

— O quê? — Minha voz sai rouca, baixa, como se eu precisasse repetir a palavra para entender seu significado.

Ela respira fundo, apertando as mãos contra a barriga, como se já carregasse algo ali.

Capítulo 52 1

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